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Quem se lembra da crise do apagão no sistema elétrico brasileiro em 2001? Será que estamos prestes a reviver esse pesadelo 2o anos depois?
Vários fantasmas do passado parecem ter voltado a nos assombrar, e um deles é a possibilidade de um apagão elétrico. Os brasileiros já estão sentindo o efeito desse risco com a conta de luz mais cara.
Para quem não se lembra ou não era nascido em 2001, à época o governo federal estabeleceu blecautes programados para evitar um colapso do sistema elétrico brasileiro e residências e empresas foram obrigadas a reduzir o consumo de energia.
De lá para cá, muita coisa aconteceu com o nosso sistema elétrico, que recebeu muito investimento e se diversificou. Entretanto, com a crise hídrica que atingiu o Brasil este ano – a pior dos últimos 91 anos – medidas de racionamento precisarão ser tomadas.
De acordo com o UOL, o governo federal editou decreto que determina a redução de consumo de energia elétrica em órgãos da Administração Pública a partir de 1º de setembro. Espera-se uma economia no consumo de eletricidade entre 10% e 20% em relação à média de consumo do mesmo mês em 2018 e 2019, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).
Apesar dos investimentos feitos nas últimas décadas, a maior geradora de energia elétrica no Brasil são as usinas hidrelétricas. Elas são responsáveis por produzir cerca de 80% da produção energética de todo o território nacional.
De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energia Elétrica (Inerge), o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora Moisés Ribeiro, a situação só não é mais alarmante porque o país conseguiu introduzir novas fontes renováveis de energia elétrica:
“Temos uma condição climática peculiar nesse momento, a qual é de certa forma cíclica, mas também é resultado do impacto do ser humano no meio ambiente. Além disso, a sociedade atual é cada vez mais dependente de eletricidade. Entretanto, o setor vem fazendo vultosos investimentos em fontes renováveis, como a eólica e solar”.
Apesar disso, Ribeiro destaca a importância de toda a sociedade ser esclarecida sobre o problema para começar a adotar medidas de consumo racional de energia elétrica, para não impactar negativamente o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.
Os ambientalistas criticam o impacto ambiental das hidrelétricas, mas foram elas que colocaram o Brasil em um lugar de destaque “em termos de geração renovável e evitou que houvesse no passado fortes investimentos em energia não renovável e de riscos ambientais muito maiores, a exemplo do gás, petróleo ou energia nuclear”, segundo Ribeiro.
Mais de 70% da energia elétrica produzida pelas usinas hidrelétricas brasileiras são renováveis, já que vem da força das águas. Isso faz com o Brasil esteja entre os 5 países que mais geram energia renovável no mundo.
Mas é preciso entender os conceitos:
O pesquisador salienta, ainda, que investimentos públicos em pesquisa, desenvolvimento e inovação devem ser feitos no setor energético, que não pode contar apenas com o clima. Trata-se, claro, de uma obviedade, visto que com as mudanças climáticas que vêm atingindo todo o mundo e provocando secas severas, como esta que o Brasil está vivendo, não dá mesmo para contar com a dança da chuva para gerar energia elétrica para um país do tamanho do nosso.
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Categorias: Energia Renovável
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