Gás Natural e o potencial brasileiro


Um dos temas mais discutidos no Brasil atualmente é a demanda por energia elétrica. A escassez de água em grande parte dos principais reservatórios do Sudeste preocupa, e alternativas para manter o abastecimento estão sendo testadas muito mais do que antes. As primeiras opções nacionais são as energias termoelétrica e eólica, porém, outras fontes estão sendo pensadas como a energia solar e o gás natural.

E o trabalho de exploração de energia feito pela Petrobras, que gerou o pré-sal, pode fazer crescer, e muito, o potencial de gás natural no Brasil nos próximos anos.

Oportunidades de pesquisa surgidas desse cenário foram discutidas por cientistas e empresários do setor no “Scoping Workshop for Brazil-UK Sustainable Gas Future“, realizado e promovido pela FAPESP, em parceria com o Natural Environment Research Council (NERC), no último dia 25.

O encontro serviu para realizar discussões para auxiliar a Fundação e o NERC na iniciativa “Futuro do Gás Sustentável“, apoiadora de pesquisas sobre energia e gás natural feitas por pesquisadores brasileiros em parceria com instituições do Reino Unido.

“O gás terá uma participação cada vez maior na matriz energética brasileira e é necessário discutir e promover colaborações científicas para seu uso como fonte sustentável de energia”, disse Julio Romano Meneghini, coordenador do workshop e professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).

“Além do consumo interno, a exportação de gás liquefeito também ampliará a importância do setor. Mas, apesar de todo esse potencial, o mercado ainda é incipiente e muitas questões precisam ser tratadas de maneira científica para desenvolver o setor adequadamente, de forma plena e sustentável. Essas questões foram levantadas pelos pesquisadores que participaram do workshop e guiarão o acordo entre a FAPESP e o NERC”, disse Meneghini.

Isso porque, apesar do nome parecer green, o gás natural é um combustível fóssil e uma fonte de energia não-renovável. No entanto, também é produzido por processos de decomposição, em pântanos (neste caso, também é chamado de inundação de gás), em aterros, durante a digestão dos animais e em outros processos naturais. Ou seja, existem alternativas, como a captura e o armazenamento do carbono, a bioenergia e o biogás, que são novas tecnologias que podem ser aplicadas na produção do gás natural de uma forma sustentável.

Cris Franklin, coordenador da área de Ciências da Terra da NERC, avalia que a meta é expandir as colaborações que possam alcançar 15% de energia de fontes renováveis até o ano de 2020 e na redução de 80% dos gases causadores do efeito estufa até 2050.

O Futuro do Gás Sustentável vai desenvolver metodologias para exploração de gás e avaliar seu papel nos sistemas sustentáveis de energia, oferecer visões alternativas sobre sistemas sustentáveis de energia com baixa emissão de carbono, identificar tecnologias sustentáveis para o uso do gás nesses cenários e promover a interação de tecnologias atuais e futuras na cadeia do gás e de outras fontes de energia”, disse.

Outros participantes do evento foram as empresas de energia e da indústria de óleo e gás, como a Petrobras, Datagro e BG E&P Brasil.

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Redação greenMe

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