Você já ouviu falar em sororidade? Trata-se de um termo que vem sendo muito divulgado nas redes sociais sendo uma palavra que expressa o sentimento de empatia e união entre as mulheres em redes de solidariedade e companheirismo.
Quem melhor do que as mulheres para entender as mulheres? Pensando nisso, na Região dos Lagos, no litoral do Rio Janeiro, quatro policiais civis especializadas no combate à violência contra mulheres têm atuado em um projeto que vem dando ótimos resultados.
O grupo que é conhecido como “As Guardiãs“, foi implementado em abril e já instaurou 44 inquéritos contra agressores que vivem sob o mesmo teto de suas vítimas.
Muitos deles já estão respondendo criminalmente por seus atos, segundo informou o G1.
Criticadas e estigmatizadas, não são raros os relatos de mulheres que sentem medo, vergonha ou mesmo desesperança, em denunciar a violência sofrida, tendo em vista o ambiente masculino (senão machista) que geralmente são as delegacias, onde mormente trabalham homens.
A delegada Patrícia de Paiva Aguiar conta que a ideia de criar “As Guardiãs” veio de um levantamento sobre a quantidade de agressões contra mulheres e os casos de reincidência.
Segundo o levantamento, a 132ª DP registra a cada três dias uma ocorrência tipificada na Lei Maria da Penha e, nada melhor que mulheres para atender mulheres vítimas de agressão por homens.
Na delegacia, chefiada por Aguiar os casos são variados e os agressores são, até mesmo, filhos das vítimas.
“Fizemos algumas mudanças na nossa rotina e na forma de agir, para dar celeridade aos trabalhos que envolvem agressões contra as mulheres. Cada uma de nós tem uma função específica e, juntas, nos complementamos. O objetivo é concluir as investigações, indiciar os agressores e, se for necessário, pedir a prisão o mais rapidamente possível”, explica a delegada.
Apesar do êxito do projeto, os casos de agressões a mulheres costumam ser subnotificados, porque muitas vítimas têm medo de denunciar.
Por isso que, para lidar com essa dificuldade, no projeto atuam apenas profissionais mulheres para investigar os casos de violência doméstica, a fim de que as vítimas sintam confiança em denunciar.
Aguiar conta ainda que:
“Queremos incentivar as vítimas a nos procurarem e denunciarem seus agressores. Vocês não precisam mais ficar no silêncio. Estamos aqui para atendê-las e ajudá-las a sair desse ciclo de violência. As policiais dessa delegacia estão dedicadas ao combate a este tipo de crime”.
Que o trabalho das Guardiãs sirva de modelo para outras delegacias brasileiras no combate à violência contra mulheres.
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Categorias: Sociedade
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