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A educação pública brasileira tem muitos problemas e desafios ainda para enfrentar, mas é preciso valorizar, primeiramente, o fato de o Brasil ter educação pública de acesso universal e, segundo, mesmo com toda a desvalorização na carreira, os professores das escolas públicas tiram leite de pedra para realizarem o seu trabalho com dedicação e compromisso.
Então, quando iniciativas sérias e importantes acontecem, elas precisam ser publicizadas para que todos nós saibamos que o que é público pode – e deve – ser bom e dar certo.
É o caso desse projeto muito bacana desenvolvido por oito escolas em Petrópolis-RJ.
Em oito escolas de Petrópolis, cidade serrana do estado do Rio de Janeiro, será instalado um sistema de reutilização de água da chuva, por uma técnica chamada de aquaponia, para a implantação de hortas orgânicas. O cultivo se dará através de um método que consiste integrar a produção de vegetais e peixes pela circulação da água.
O projeto, que tem como principais eixos a gestão de recursos, a melhoria da saúde, a educação ambiental e a cidadania, vai beneficiar várias famílias de baixa renda que vivem ao redor das comunidades escolares, informa a Tribuna de Petrópolis.
De acordo com a engenheira responsável pela implantação do sistema, Sueli Karl,
“a aquaponia pode economizar até 90% de água em relação à agricultura convencional e ainda eliminar completamente a liberação de efluentes no meio ambiente”.
Trata-se de uma tecnologia social livre de pesticidas e fertilizantes químicos que pode ser replicada para qualquer ambiente, como casas, edifícios e escolas.
Do ponto de vista social, o contexto das escolas que serão atendidas pelo projeto é de vulnerabilidade socioambiental, cultural e econômica. Logo, a implantação da aquaponia é uma forma de levar, também, conhecimento para o desenvolvimento de práticas sustentáveis, de acesso à alimentação saudável e de divulgação de combate a doenças como dengue, chikungunya e zica.
Além de todos esses ganhos, a técnica permite produzir alimentos fazendo uso de pouca água, o que busca solucionar o problema da gestão dos recursos hídricos.
Os rejeitos dos peixes que serão criados com a técnica serão reutilizados para plantas cultivadas sem solo, no sistema conhecido como hidropônico. Ainda haverá o reaproveitamento da água de chuva, a captação de energia solar e o uso de alimentos orgânicos na merenda escolar.
O projeto, que recebeu uma verba de R$ 500 mil, foi desenvolvido graças à parceria entre a ONG Projeto Água, a Secretaria Municipal de Educação, os Rotary’s Club Bingen e Itaipava, que foi firmada em setembro de 2018.
Esse é um projeto pioneiro em Petrópolis, que reúne várias frentes importantes para a conscientização socioambiental. O presidente do Rotary Bingen, Byron Mendes, diz que tanto professores quanto alunos receberão capacitação para saberem utilizar ferramentas de sustentabilidade no ambiente escolar.
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Categorias: Cidades, Informar-se
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