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Quando estamos de férias na praia e vemos aquela enorme extensão de areia, dificilmente paramos para pensar que ela é um dos recursos naturais mais explorados do meio ambiente.
A exploração de areia pelo mundo é tamanha, que o recurso está ameaçado de extinção.
Pode parecer um exagero, mas o grande risco de escassez da areia existe por se tratar de um recurso natural que demora milhares de anos para formar-se por meio da erosão do solo. A rapidez com que a construção civil a utiliza não permite que ela se renove naturalmente.
https://www.greenme.com.br/informarse/ambiente/8505-areia-risco-de-extincao/
Uma reportagem da Agência Pública descobriu um negócio ilegal de extração de areia conduzido por milicianos no estado do Rio de Janeiro. Segundo a reportagem, a empresa Areal da Divisa Ltda. extrai areia através de uma técnica chamada dragagem, que utiliza bombas de sucção submersas. O resultado dessa operação foi o desmatamento de uma área onde há, hoje, uma cratera do tamanho de quatro campos de futebol.
O areal está na Área de Proteção Ambiental (APA) do Alto Iguaçu, que tem de 22 mil hectares de área verde localizados em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Um morador da comunidade, onde vivem cerca de 65 mil pessoas, contou à reportagem que:
“Passaram muitos caminhões de areia aqui. Eu não estranhei porque isso acontece o tempo todo. É só mais um areal. Isso já é comum para essa comunidade”.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga a atividade ilegal na APA há mais de dez anos. Desde 2002 existem autuações ambientais à empresa Areal da Divisa, visto que é proibida a extração mineral na APA.
Os moradores consultados pela reportagem de Mariana Simões contaram que há outras empresas realizando as mesmas atividades, as quais são ligadas às milícias.
“A gente tem todo tipo de ameaça aqui, inclusive algumas mais diretas onde dizem que a milícia vem matar todo mundo, não anda sozinho se não vão pegar vocês”, relatou uma moradora.
Apesar da ilegalidade, muitos moradores da APA participam da atividade porque não encontram outro tipo de trabalho na região.
A extração de areia é a terceira atividade criminosa mais lucrativa no mundo, ficando atrás apenas da pirataria e do tráfico de drogas. No Brasil, ela chega a lucrar até R$ 8 bilhões por ano, de acordo com o ex-chefe do Núcleo de Operações da Delegacia de Combate a Crimes Ambientais e Patrimônio Histórico do Rio, Luís Fernando Ramadon, que também é pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj):
“Você não precisa de muita coisa para você transformar a areia em faturamento. A areia está bem ali na beira do rio, você pega, puxa ali ninguém viu e vai embora. O tráfico de drogas tem um custo muito alto, porque, além da briga por território, tem as propinas que são pagas para a droga poder passar. Já com a extração de areia você não precisa de nada disso. Se lucra muito e muito mais rápido”.
A situação é ainda mais conveniente aos milicianos porque a fiscalização nas APAs é muito frágil. Poucos servidores trabalham no local, além do medo das ameaças de morte.
Para saber mais acerca da invasão de milicianos nesta área ambiental, consulte AQUI a reportagem completa da Pública.
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Categorias: Cidades, Informar-se
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