Depois de forte pressão popular, foi finalmente sancionada a lei que proíbe a produção e comercialização do foie gras na cidade de São Paulo. Assinado na quinta-feira, 25, a lei entrará em vigor oficialmente daqui a 45 dias, juntando a maior cidade do país a várias outras do mundo que visam proteger as aves de grande sofrimento durante sua criação.
Isso porque o foie gras, um termo francês de um prato típico do país europeu, que significa “fígado gordo”, é um tipo de patê feito do fígado de um pato ou ganso que foi fortemente alimentado, processo conhecido como gavage em francês, que significa “estufado por alimentação em excesso“, durante sua criação. E “fortemente” não é o termo mais adequado para definir o que é feito com as pobres aves. Cruelmente se encaixa melhor.
Alimentos são empurrados goela abaixo nos animais. A comida é administrada por um tubo de 20 ou 30 centímetros de comprimento introduzidos forçadamente até o esôfago das aves. As sessões acontecem durante de 12 a 18 últimos dias de vida dos patos e gansos, entre seis e oito vezes por dia.
Para defender a prática, os grupos produtores afirmam que os animais não possuem a capacidade de engasgar e que chegam a gostar do processo, chegando a utilizar pesquisas inconclusivas sobre alteração de hormônios nos pássaros, que mudam muito pouco, quando alimentados dessa forma. O fato de que os animais tentavam fugir quando o alimentador entrava na sala, observado pelo Comitê da União Europeia, foi, claro, desconsiderado por eles.
Felizmente, em São Paulo, as coisas correram muito bem para as aves e nenhum desses argumentos (ou outros envolvendo fatores econômicos), funcionou, assim o projeto de autoria do vereador Laércio Benko recebeu aprovação unânime na Câmara dos Vereadores em maio, inviabilizando também a venda e o comércio de artigos nacionais ou importados feitos a partir da pele de animais criados para a extração do couro.
Na aprovação, a lei levou em conta a legislação ambiental vigente e as recomendações internacionais sobre o foie gras e os maus tratos com os animais.
Já a proibição referente ao couro, protege apenas os animais criados para este fim, enquanto que os animais criados para a pecuária em geral, podem continuar dando vida a novas peças de roupa, acessórios e calçados de couro em geral.
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