Abastecimento de água de São Paulo bate recorde negativo


O Sistema Cantareira, maior fornecedor de água da região metropolitana de São Paulo, está passando por uma severa crise de abastecimento de água.

Ontem, domingo – 16, o nível de suas águas estava em sua pior marca em toda a história: 15,2% de toda a sua capacidade. Para efeito de comparação, ano passado, o abastecimento do Cantareira no mesmo dia estava em 58,7%.

Mesmo com as fortes chuvas que caíram sobre o estado nos últimos dias, a água armazenada é significativamente diferente – a média, desde o ano de 1974 para o mês de março é de 184,1 mm – somente 128,1 mm estão, neste momento, no Cantareira.

Visando minimizar a situação, a Sabesp, a partir do início do mês de fevereiro de 2014 fez campanhas para alertar à população sobre a importância na redução do consumo de água – a companhia oferece descontos significativos para os poupadores, da ordem de 30% no valor final da conta para aqueles que fizerem redução de 1/5 no consumo de água.

Contudo, responsabilizar apenas o consumidor final seria apontar apenas parte do problema. A maior perda d’água está nas próprias fornecedoras do serviço. O desperdício de água limpa chega a ser de 38,8% entre o momento em que ela sai da estação de tratamento até chegar às casas. “Não sabemos exatamente onde e como”, diz Osvaldo Garcia, secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, sobre o desperdício. “Fica a cargo de cada prestadora e da agência reguladora de cada região analisar o seu desempenho.”

Mesmo que a população se conscientize e gaste pouca água, a quantidade economizada pouco refletirá no nível dos reservatórios. O consumo doméstico de água representa apenas 8% da demanda mundial, e no Brasil não é diferente.

Seria muito mais eficaz investigar este desperdício d’água que ocorre desde a estação de tratamento, o que provavelmente se dá devido a vazamentos na rede e a transbordamento de reservatórios, possivelmente ocasionados por falta de manutenção e de investimentos nestes sistemas, do que fazer campanhas contra o desperdício doméstico que, ainda que sejam bem-vindos, politicamente corretos e até mesmo necessários, são insuficientes para resolver a escassez de água que a cidade vem sofrendo.

Fonte foto: Stock.Xchng




Redação greenMe

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