Desigualdade no clima: pobres sofrem ondas extremas e perigosas de calor


A desigualdade no calor extremo é um problema crítico em muitas cidades, incluindo São Paulo. Enquanto alguns bairros privilegiados desfrutam de temperaturas mais amenas durante ondas de calor, as comunidades mais pobres enfrentam um calor intenso, insuportável e perigoso. Essa discrepância está intrinsecamente ligada a fatores socioeconômicos e de planejamento urbano.

Desigualdade térmica

Nas periferias e comunidades, as casas geralmente são pequenas e densamente agrupadas, com tetos baixos e materiais de construção que retêm calor, como o amianto. Além disso, a falta de arborização e áreas verdes contribui para a elevação das temperaturas. Os moradores dessas áreas enfrentam desafios significativos para lidar com o calor, muitas vezes dependendo de soluções improvisadas, como ventiladores portáteis ou recipientes com água para aliviar o calor dentro de suas casas.

Aqueles que vivem nessas condições de calor extremo enfrentam riscos à saúde, especialmente crianças e idosos. Doenças respiratórias, como asma e bronquite, podem ser agravadas devido ao ar abafado e quente. A desigualdade térmica também afeta a qualidade de vida, limitando as atividades ao ar livre e o tempo passado em casa durante o dia.

Por outro lado, bairros mais ricos desfrutam de um ambiente mais fresco devido à presença de árvores, parques e uma infraestrutura que favorece a ventilação natural: tetos altos, amplos espaços, menor densidade, janelas maiores e com dupla exposição, o que permite a circulação de ar. Além disso, as residências das áreas nobres têm ar-condicionado e ventiladores eficientes, tornando o calor extremo mais suportável.

Saiba mais na breve reportagem da BBC Brasil:

Justiça ambiental

Essa disparidade na sensação térmica ressalta a urgência de abordar questões de justiça ambiental e social. A falta de políticas públicas para proporcionar áreas verdes e melhores condições de habitação nas comunidades mais pobres perpetua a desigualdade no calor extremo. Para criar cidades mais equitativas e resilientes ao clima, é essencial investir em infraestrutura, planejamento urbano sustentável e medidas que garantam que todos os cidadãos tenham acesso a ambientes mais frescos e seguros durante ondas de calor.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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