Pouco se sabe sobre a origem da vida nos oceanos. A única certeza que tínhamos é que a vida marinha surgiu a partir de condições ideais, incluindo a quantidade de oxigênio presente dos oceanos terrestres. Porém, segundo a pesquisa feita pela Universidade de Exeter, publicada pela revista Nature Geoscience, a evolução das eucariontes oxigenou o oceano, sem a necessidade de oxigênio atmosférico.
Antes se pensava que o aumento da concentração de oxigênio atmosférico levou a oxigenação do oceano a qual possibilitou a evolução dos animais. Segundo o estudo, as eucariontes foram as responsáveis pela oxigenação nos oceanos. O equilíbrio entre procura e oferta de oxigênio determinou os níveis deste elemento no oceano profundo.
O estudo realizado pela Universidade de Exester, baseou-se e um trabalho um cientista dinamarquês, Daniel Mills, que ao estudar as esponjas do mar, um dos animais mais antigos do planeta, descobriu que elas são capazes de sobreviver com até 200 vezes menos oxigênio do que a quantidade encontrada na atmosfera atualmente. Mills capturou esponjas (Halichondria panicea) e as colocou num aquário no qual o oxigênio foi removido lentamente, chegando a conclusão de que as esponjas vivem com apenas 0,5% do oxigênio disponível, hoje. E no passado, as esponjas necessitavam de apenas 0,1% de oxigênio para viver.
A partir do estudo de Mills, foi possível concluir que as esponjas do mar desempenharam um papel crucial para o surgimento e o desenvolvimento da vida porque, ao se alimentarem de matéria orgânica, limparam os oceanos, bombeando água e filtrando as partículas de matéria orgânica, oxigenando assim, as camadas marinhas onde viviam. Com uma maior concentração de oxigênio, o ambiente marinho apresentou condições ideais para a evolução de animais mais complexos, o que teria dado origem à biosfera marinha hoje conhecida.
Fonte foto: Stock.Xchng
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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