Reza a crença local que existe um espaço na Floresta Amazônica que abriga um jardim, onde moram espíritos malignos.
Esses seres seriam os responsáveis por limpar as ervas daninhas de uma árvore presente na região, evitando o crescimento de qualquer outra planta ao redor. Esse intenso trabalho seria feito à noite, e, por isso, ninguém se arriscaria a visitar o “Jardim do Diabo” – como é conhecido, depois que escurece.
Curiosos com a peculiaridade dessa árvore que não deixa outras plantas cresceram ao redor, pesquisadores da Universidade de Stanford conseguiram achar também uma explicação científica para o fenômeno.
A árvore que reside no “Jardim do Diabo”, se chama duroia (Duroia hursita).
No total existem cerca de 37 espécies de duroia, localizadas na América Central, na Bacia Amazônica, na costa Atlântica Brasileira e planalto, no extremo norte do México e nas Guianas. Elas fazem interações químicas que inibem o crescimento de plantas vizinhas e isso ocorre em parceria com outros seres: as formigas-limão.
São elas as grandes responsáveis por eliminar os inimigos e concorrentes, mesmo aqueles que são bem maiores que elas.
Os pesquisadores descobriram que as formigas entram pelas hastes das folhas, onde guardam os seus ovos e alimentos. Lá tornam-se um exército de proteção à duroia, não deixando que nenhum broto novo intruso dure muito tempo por lá.
Quando elas notam a presença de um inimigo, mordem as folhas para injetar o ácido fórmico até as plantas murcharem e morrerem.
Com esse cuidado, elas garantem moradia, aumentam ainda mais seu exército e garantem que apenas a duroia cresça no local.
A árvore acaba sofrendo um grande corte de folhas constante e uma presença exclusiva no local que é povoado de misticismo… e formigas.
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Categorias: Biodiversidade
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