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Considerada a flor mais mortal do mundo para os insetos, a “crisântemo assassina” é uma espécie salvadora do planeta. Veja por quê.
Para as pessoas que as colhem, a flor é totalmente inofensiva, mas para os insetos. ela é uma bomba tóxica, pois seu centro amarelo contém uma toxina natural que é um poderoso inseticida.
A planta, cujo nome científico é Chrysanthemum cinerariaefolium, foi descoberta na Pérsia por volta de 400 a.C. Sua ação poderosa inseticida se dá pelas piretrinas, (também denominadas piretro) substâncias naturais contidas normalmente nesta espécie, e que de tão poderosas que são, repelem de tudo, ajudando também a combater doenças transmitidas por mosquitos.
As piretrinas são encontradas nas cabeças das flores secas da Chrysanthemum cinerariaefolium. As flores dessa espécie de crisântemo podem ser colhidas a cada duas semanas, por isso são também fonte de renda para os produtores de piretro quase o ano todo.
O Quênia é o maior produtor de piretrina do mundo. Essa produção emprega cerca de 200.000 agricultores e a tendência é a atividade crescer cada vez mais, à medida que os pesticidas químicos vão sendo proibidos em todo lugar.
As piretrinas estão substituindo gradualmente os organofosforados e os organoclorados, compostos orgânicos usados em inseticidas, herbicidas e em gases de ação nervosa, cujos efeitos têm-se mostrado altamente tóxicos para abelhas, vida selvagem e humanos.
Veja aqui uma reportagem da National Geographic sobre o cultivo artesanal dessa flor no Quênia.
A estrutura química das piretrinas é a base para uma variedade de inseticidas sintéticos chamados piretróides.
É possível que a piretrina seja um dos inseticidas mais antigos conhecidos pelo homem, o que sugere sua eficácia e indica sua aceitação e segurança. Elas são usadas para fabricar inseticidas naturais para controlar pragas das plantações (ácaros, formigas e pulgões) e também para serem aplicados em animais domésticos e no gado (contra pulgas, carrapatos, moscas), sem prejudicar a saúde de ninguém: humanos ou animais.
Mas a piretrina é considerada um inseticida natural somente quando não é combinada com butóxido de piperonila (PBO) ou com outros adjuvantes sintéticos, pois ela se degrada aproximadamente 24 horas após a pulverização, enquanto os piretróides têm um longo período residual após a pulverização e, portanto, são mais letais para uma gama maior de insetos do que as piretrinas.
Os piretróides não são considerados orgânicos.
A Chrysanthemum cinerariaefolium, é uma planta perene com folhas verde-azuladas que chega a atingir de 45 a 100 cm de altura. Tem flores de pétalas brancas com centros amarelos, muito semelhantes às margaridas.
A planta ocorre na China, Japão, Coreia, América, Austrália, Quênia, Tanzânia, Equador.
A Chrysanthemum cinerariaefolium não é usada para fins medicinais, embora pesquisas tenham mostrado que as flores possuam alguma atividade antibiótica. Há também relatos de uso como vermífugo na China.
A espécie reduz a poluição do ar interno e a piretrina obtida dela está entre os inseticidas mais seguros para uso em alimentos, por isso, é considerada uma salvadora do planeta.
Há que se ter cuidado e saber usar a piretrina pois ela pode eliminar de tudo, inclusive os insetos do bem, podendo prejudicar a biodiversidade.
Se alguém tem a flor plantada ou as encontrou secas para comprar na internet e quer fazer inseticida natural com ela, a nossa recomendação é a de estudar muito bem antes, pois sobre toxidade nunca se sabe a medida.
Os europeus aprenderam sobre os pós e as sementes dessa planta quando os persas as importaram no início do século XIX. Por isso, as sugestões de uso abaixo são desse site italiano sobre farmacologia natural
Convidamos o leitor para que se aprofunde nesta pesquisa clicando nos links que usamos para montar o texto.
De fato, a piretrina tem tudo para ser a salvadora do planeta como inseticida natural, biodegradável, inócuo para humanos e mamíferos mas, mesmo assim, é preciso cautela e estudo. A diferença do remédio e do veneno está na dose.
Esperamos que vocês tenham gostado. Obrigada por ler até o final.
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Fonte foto: Blake Layton, Mississippi State University/Research Gate
Categorias: Biodiversidade
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