A cada dia, novas pesquisas descobrem um novo aspecto sobre a natureza, capaz de mudar a nossa percepção sobre ela. Cientistas do Imperial College London (Reino Unido) acabam de descobrir um novo tipo de fotossíntese.
Até então, sabia-se que grande parte da vida na Terra usava luz vermelha visível para realizar o processo da fotossíntese. Mas a descoberta, publicada na revista científica Science, detectou que essa forma alternativa, percebida numa ampla gama de cianobactérias (algas verde-azuladas), ocorre sob luz infravermelha e, também, em condições sombreadas.
Relembrando as aulas de Ciências, a fotossíntese usa um pigmento verde, a clorofila, para absorver a luz na produção de oxigênio. A forma de absorção da clorofila dizia que apenas a energia da luz vermelha poderia ser usada para o processo da fotossíntese. Todavia, a nova descoberta traz uma nova compreensão sobre esse processo, que vem sendo considerado básico e ensinado há tantos anos na escola.
A clorofila está presente em todas as plantas, algas e cianobactérias, e era de ampla aceitação na comunidade científica que a energia da luz vermelha estabelecia uma espécie de “limite vermelho” para a fotossíntese, isto é, a quantidade mínima de energia necessária para fazer a química que produz o oxigênio.
A novidade está na nova capacidade da clorofila, que até então apenas recolhia a luz. Entretanto, ela desempenha, também, outro papel na fotossíntese, sob condições sombreadas, usando luz infravermelha de baixa energia. Ou seja, é fotossíntese sendo feita para além do “limite vermelho”.
Foto: Imperial College
Um dos autores do estudo, Bill Rutherford, do Departamento de Ciências da Vida do Imperial College London, afirmou que: “A nova forma de fotossíntese muda a forma como entendemos os principais eventos no coração da fotossíntese padrão”.
Esse novo tipo de fotossíntese permitiu observar as clorofilas chamadas “acessórias” e pode mudar a visão de como funciona a fotossíntese considerada “padrão”.
Já se sabia que a cianobactéria Acaryochloris fazia fotossíntese além do limite vermelho. Mas ela considerada uma exceção, porque parecia ocorrer apenas nessa espécie, que vive em um habitat muito específico: debaixo de animais marinhos que passam a maior parte da vida anexados a superfícies como rochas e docas, bloqueando grande parte da luz recebida, com exceção do infravermelho próximo.
Esse tipo de clorofila é usado apenas em condições especiais ricas em infravermelho, pois, em condições normais, a fotossíntese padrão é preferencialmente utilizada.
A natureza é tão diversa que é necessário muito investimento em ciência para que possamos conhecer mais sobre ela!
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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