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Nos últimos tempos foram 3 bertolonias (Bertolonia duasbocaensis, B. macrocalyx e B. ruschiana), no Espírito Santo, uma ocotea (Ocotea koscinskii Baitello & Brotto) na Mata Atlântica, em São Paulo e Paraná e mais 600 espécies nos campos baixos da Região Amazônica.
Algumas dessas recém-descobertas já estão, no entanto, em perigo de desaparecerem pois os biomas onde foram encontradas sofrem com as pressões antrópicas que os destroem, dia a dia.
As duas primeiras bertolonias – Bertolonia duasbocaensis e B. macrocalyx – são endêmicas do Espírito Santo e ocorrem em região muito próxima, nos municípios de Cariacica e Viana – estas já são classificadas como criticamente ameaçadas de extinção (CR).
Foto da Bertolonia dosbocaensis
Foto da Bertolonia macrocalyx
A terceira espécie de Bertolonia, B. ruschiana, é encontrada em uma zona mais ampla – nos municípios de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa – e foi classificada como ameaçada de extinção (EN).
Foto da Bertolonia ruschiana
Estas espécies da família Melastomataceae encontram-se em região não totalmente protegida e, como são endêmicas, essa é a pressão que as coloca em sério risco. Acabadas de se descobrir e já em risco de deixarem de existir.
É bom lembrar que, quando uma espécie desaparece a perda é toda nossa, da humanidade, pois deixamos de usufruir de seu potencial medicinal, alimentício, equilibrador do ecossistema e muito mais que ainda nem sequer sabemos o que poderá ser. É como jogar o futuro, sem abrir, na lata do lixo.
Uma ocotea é uma canela – esse é o nome leigo, o nome que o povo conhece. Esta, Ocotea koscinskii Baitello & Brotto, é uma árvore grande, de tronco ereto, bonita como só e que foi identificada em algumas das áreas protegidas em parques estaduais no estado de São Paulo. A notícia foi dada aqui e, pelo menos essa espécie ainda não foi catalogada como em risco.
Mas, as canelas são plantas – árvores ou arbustivas – da Mata Atlântica e este é um dos biomas mais ameaçados do nosso país.
Essas novas 600 espécies são samambaias, musgos e flores que povoam uma vegetação rasteira, no topo dos morros acima dos 800 metros de altitude, na Serra dos Carajás, áreas conhecidas como cangas.
Qual a sua importância? Ainda não sabemos porém, o que se sabe é que o bioma da Floresta Amazônica é o mais desconhecido do país com somente 11 espécies descritas até o momento. Compare-se com a Mata Atlântica, que tem 15 mil espécies conhecidas, e que é infinitamente menor do que a Floresta Amazônica, e se poderá ter uma ideia do tanto que ainda nos falta conhecer do que por lá existe como afirma a botânica Ana Maria Giuliette, uma das coordenadoras do projeto, ao lado do botânico Pedro Viana (veja mais no artigo do ).
Assim, de descoberta em descoberta, vamos também encontrando novos usos, medicamentos interessantes, princípios ativos que não conhecíamos, alimentos potenciais e, toda esta riqueza, patrimônio da Humanidade, nos é cedida pela Natureza, a mesma que lutamos para preservar contra os avanços do progresso e do desenvolvimento que, na verdade, não se preocupa com os recursos naturais que o planeta dispõe.
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Foto capa: Bertolonia duasbocaensis por Renato Goldenberg
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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