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As áreas de preservação da Baía de Guanabara – Unidades de Conservação (UCs), remanescentes da baía original: a Área de Proteção Ambiental de Guapi-Mirim e a Estação Ecológica de Guanabara (conheça a história das duas últimas, aqui) – são os nichos de preservação ambiental de que vamos falar aqui. Os dados são do primeiro censo de vida na região – contagem de espécies animais feita desde 2008.
Hoje estas áreas são conhecidas como “Arca de Noé“, dada a importância que têm na preservação da biodiversidade da Baía de Guanabara.
Nas áreas de preservação já foram registradas mais de 450 espécies, pelos dados do primeiro censo, projeto que começou em 2008: 242 de aves, 167 de peixes (sendo 81 marinhos e 86 fluviais), 34 de répteis e 32 de mamíferos.
“Grande parte da biodiversidade original da Baía de Guanabara ainda é encontrada dentro dos limites da reservas de Guapi-Mirim e Guanabara. Infelizmente, por causa da poluição e degradação, as demais áreas da baía já não mais apresentam tal biodiversidade”, afirma Mauricio Barbosa Muniz, analista ambiental do ICMBio.
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“As unidades de conservação estão situadas no fundo da Baía de Guanabara, região metropolitana do Rio de Janeiro, abrangendo parte dos municípios de São Gonçalo, Itaboraí, Magé e Guapimirim”, explica o analista.
Esta região está em ritmo de despoluição acentuado apesar de outras partes da Baía de Guanabara ainda apresentarem índices insatisfatórios para a biota (falamos bastante deste assunto no ano passado). O processo de despoluição da Arca de Noé é resultado de esforços múltiplos que visam a conservação e o monitoramento ambiental, constante, das áreas das unidades de conservação, pelo ICMBio.
Claro que, para essa realidade contribui, e muito, o fato dos rios que alimentam as áreas passarem por cidades pouco povoadas e, consequentemente, não transportarem importantes quantidades de esgoto e detritos – isso não é uma falácia, veja: todo corpo d’água consegue depurar, limpar, se desintoxicar, de alguma quantidade de sujeira urbana de origem orgânica.
Dois parâmetros decisivos, nos quais foi constatada melhoria durante o censo realizado, são: a melhora na qualidade das águas doces e mangues da área monitorada e o aumento de vida – população de peixes, répteis e aves aquáticas.
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A Arca de Noé, longe da pressão da cidade grande, é uma área isolada lá no fundão da baía – muitos ignoram sua existência – de extrema importância para a conservação ambiental dos ecossistemas adjacentes a ela e fundamental para que se logre a despoluição da Baía de Guanabara como um todo.
A melhoria das condições ambientais na área já repercutem positivamente sobre a comunidade local, 2 mil famílias que vivem da pesca e venda de peixes de crustáceos da região. Tainhas, corvinas, robalos, camarões, siris e caranguejos, agora abundantes outra vez, voltam a compor o cardápio e o orçamento da comunidade.
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Mas, algumas espécies da área estão sob séria ameaça de extinção em decorrência da poluição doméstica e industrial – o boto-cinza, do qual restam não mais de 30 indivíduos, é o topo da cadeia alimentar deste ecossistema e, sua falência como espécie indica um parâmetro negativo para a saúde aquática como um todo.
O gato-mourisco e a lontra são outros dos animais em risco de extinção mas, para esses há a esperança de que a Arca de Noé contribua para sua preservação até que toda a baía esteja limpa.
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Segundo os especialistas do ICMBio, a despoluição total da Baía de Guanabara é um processo que poderá levar mais de 20 anos.
Vejam as fotos desta área maravilhosa, tão bonita e saudável que a gente até esquece como está o mar na frente de Guanabara e suas praias lotadas.
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O Guapimirim – Fonte foto
Lagoa de Piratininga, Niteroi – Fonte foto
A baía – Fonte foto
BOTOS DA BAÍA DE GUANABARA CONTAMINADOS POR METAIS PESADOS
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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