Formas inusitadas, cores incríveis e hábitos inesperados são apenas algumas das características das novas espécies de animais e plantas recém-descobertas na região do Grande Mekong. Ao todo, são pelo menos 163 novas espécies registradas ao longo do sudeste asiático que incluem plantas, répteis, peixes e mamíferos. A descoberta desperta fascínio e, principalmente, atenção quanto à sua preservação.
“A região do Grande Mekong é um ímã para os cientistas de conservação do mundo por causa da incrível diversidade de espécies que continuam a ser descobertas aqui”, relata Jimmy Borah, gerente de programas de vida selvagem do WWF (World Wildlife Fund), organização voltada à preservação de espécies. “Esses cientistas, os heróis desconhecidos do planeta, sabem que estão correndo contra o tempo para garantir que essas espécies recém-descobertas sejam salvas e protegidas“, complementa.
Isso é constatado como preocupação justamente pelos gargalos enfrentados na conservação da região. Recorrentemente, a área é alvo de comércio ilegal oriundo de caças furtivas que passam longe dos olhos da lei. Além disso, questões governamentais e administrativas geram maiores desafios para a preservação ao proporem projetos que podem consequentemente afetar a região, tais como a construção de estradas.
Oliver Pauwels, biólogo de conservação do WFF, acredita que este é um dos principais motivos para a sensação de espanto quanto a descoberta de determinadas espécies, como o Acanthosaura phuketensis, réptil de aparência expressivamente amedrontadora, mas que na verdade se alimenta apenas de insetos. “A fauna de répteis (da região) de Phuket tem sido ignorada por anos pelos biólogos, pois a maior parte da cobertura florestal da ilha, foi destruída por atividades humanas”, justifica.
Acanthosaura phuketensis, o réptil com chifres recém-descoberto na região do Grande Mekong.
Segundo a WWF, o Grande Mekong é um “dos habitats com maior diversidade biológica no mundo”, tendo uma área com mais de 200 milhões de hectares, cobrindo os países de Myanmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã e China. Toda a região detém impressionantes riquezas naturais e biológicas, como as paisagens e as espécies recém-descobertas.
Apenas em 2015, os cientistas e pesquisadores conseguiram catalogar pelo menos 126 novas plantas, 14 répteis, 3 mamíferos, 11 peixes e 9 anfíbios, totalizando 163 novas espécies de animais.
Outra espécie que chama atenção é a serpente que foi batizada de Ziggy Stardust, uma vez que sua incrível cor de arco-íris pode lembrar o alter ego do famoso artista David Bowie. Suas características são tão únicas que, de acordo com a WWF, ela não é considerada apenas uma nova espécie, mas sim um gênero completamente novo de animal chamado de Parafimbrios.
Ziggy Stardust, novo gênero descoberto chamado Parafimbrios.
Há, porém, a corrida contra o tempo para estudar e preservar o gênero descoberto. “A localidade dos Parafimbrios já está passando por mudanças significativas e também destruição”, alerta Alexandre Teynié, um dos cientistas que participou da descoberta do animal. A preocupação tem motivos sólidos, uma vez que a descoberta de um novo gênero é capaz de trazer inúmeros conhecimentos para a ciência através de estudos precisos, além, é claro, de encantar pela inigualável forma.
A beleza exótica faz parte de todas as espécies que foram descobertas, assim como a planta Kingdon-wardii, batizada desta maneira em homenagem a Frank Kingdon-Ward, botânico que a descobriu. Com aspecto curioso, mas impressionante, é encontrada apenas em pequenas populações ao redor do Monte Victoria, montanha mais alta de Myanmar.
A consciência da preservação é de extrema necessidade, principalmente para as novas descobertas. Cabe à humanidade e à sociedade em geral o respeito à vida como um todo para que possamos preservar com consciência e harmonia e garantir a existência. É necessário adotar hábitos mais conscientes imediatamente, evitando toda forma de destruição.
Há tanta beleza no mundo para ser descoberta, basta respeitarmos o meio ambiente e a vida.
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Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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