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Berço de vida e incompreensão, para quê serve um manguezal? Aquela porção de terra-água onde o mar e o rio se encontram, onde as árvores têm raízes aéreas e garras como se quisessem ficar acima do vai-e-vem das marés.
Manguezal onde a terra é mole, lodosa, fedida e se podem ver caranguejos acenando com suas patas azuis, os guaiamus. Para que serve esse pedaço esquisito dos nossos litorais onde moram repteis, anfíbios, peixes e aves e, os lindos guarás? Para que serve um ecossistema?
foto de Nicco “Guarás no manguezal de Itanhaém, Ivoti”
O manguezal é um ecossistema costeiro de extrema importância ecológica, composto por uma combinação única de árvores e arbustos adaptados às condições de marés e salinidade presentes nas regiões de estuários e deltas.
Além das árvores e arbustos característicos, como as espécies de mangue, o manguezal abriga uma grande variedade de seres vivos. Essa diversidade inclui diversos tipos de animais, como caranguejos, peixes, aves costeiras, répteis e mamíferos, que encontram no manguezal um ambiente propício para alimentação, reprodução e proteção contra predadores.
Outro elemento essencial do manguezal é a rica comunidade de microrganismos, incluindo bactérias, fungos e outros seres microscópicos. Esses microrganismos desempenham um papel crucial na decomposição da matéria orgânica presente no manguezal, contribuindo para a ciclagem de nutrientes e a manutenção do equilíbrio ecológico.
A importância do manguezal é notável, pois ele atua como uma verdadeira “creche” para diversas espécies de peixes e crustáceos, fornecendo abrigo e alimento durante suas fases iniciais de vida. Além disso, o manguezal desempenha um papel vital na proteção da linha costeira, reduzindo a erosão e atenuando os impactos de tempestades e tsunamis.
Além de sua relevância ecológica, os manguezais também são importantes para as comunidades humanas que vivem próximas a essas áreas. Eles fornecem recursos naturais essenciais para a subsistência de muitas populações locais, incluindo peixes e mariscos que servem como fonte de alimentação e renda.
No entanto, os manguezais estão enfrentando ameaças significativas devido à ação humana, como a expansão urbana, a poluição, a exploração de recursos naturais de forma inadequada e as mudanças climáticas. Preservar e proteger esses ecossistemas é fundamental para garantir a saúde dos manguezais e sua contribuição contínua para a biodiversidade e o bem-estar humano.
É, por mais que os biólogos expliquem que manguezal é vida, berçário de peixes, moluscos e crustáceos, quer dizer, de conchas, caranguejos e afins, a gente tem dificuldade de entender porque é preciso preservar os manguezais em todas as partes do mundo. Acontece que o mar é tão infinito, assim parece quando olhamos o horizonte, que as pessoas não conseguem entender que, de repente, essa imensidão poderá ficar sem vida, e que essa falta de vida ocasionará a nossa falta de vida, também.
Questões culturais, que não privilegiam o reconhecimento do ser humano como parte integrante da natureza, de seus ecossistemas. Formas de pensar de uma sociedade que se considera dona e senhora do planeta pois, estupidamente, pensa que a propriedade privada é a maneira certa de se viver. E não o é. Porque não podemos ter propriedade sobre o que é de todos, de toda a humanidade, de todos os seres viventes na Terra.
Mas disso só sabiam as ditas sociedades primitivas, indígenas em vários continentes já o disseram inúmeras vezes: que não é nossa a terra, nem a água, nem o ar, nem os animais e plantas que a povoam, que nós é que somos dela, da Terra e sua natureza.
Relembremos um poema de Ascendino Zwarg, velho itanhaense de coração, caiçara por ter assumido essa forma de viver, cantador das verdades humanas e naturais. Lá vai este, em versos de pé quebrado, que pertence ao acervo do Instituto Ernesto Zwarg e que data de 1993. Em memória dos manguezais, de Itanhaém e de todos os outros lados.
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Categorias: Biodiversidade
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