Unesp descobre rãzinha fofa que canta e dança


Hylodes japi, a rãzinha-da-correnteza é a espécie de anfíbio existente na Serra do Japi, em Jundiaí (SP) cujas características foram descritas pela primeira vez pelo Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro-SP.

Os pesquisadores descobriram que a fofinha tem um sofisticado sistema de comunicação. Elas cantam e trocam carícias para se acasalarem e para defenderem o território.

“A comunicação visual em espécies diurnas de anuros (ordem de animais pertencentes à classe Amphibia, que inclui sapos, rãs e pererecas), como o Hylodes japi, tende a ser mais complexa. Nesses anfíbios, a atividade diurna facilita a evolução da comunicação visual. Repertórios de sinalização são complexos em espécies diurnas que reproduzem em riachos ruidosos”, conta Fábio Perin de Sá, do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, responsável pela pesquisa.

O trabalho é importante para o desenvolvimento de ações de conservação e de eventual recuperação em casos de risco de extinção. Anuros: sapos, rãs e pererecas são importantes indicadores ecológicos. O uso de pesticidas, agrotóxicos poluem nossas águas e põe em risco a vida destes animais importantes controladores da população de insetos e importantes na cadeia alimentar como alimentos para répteis, aves e mamíferos.

A destruição de seus habitats e o desmatamento para a “construção” de lagos para criação de peixes vêm reduzido a quantidade de anfíbios colocando-os em sérios riscos de extinção. E em algumas regiões, eles já foram extintos.

Além disso, a importância desta pesquisa também se verifica nos estudos dos sistemas de comunicação dos animais. A equipe da Unesp descobriu que a espécie é muito evoluída em termos comunicativos: fazem contatos visuais, vocalizações e sinais táteis para se comunicarem.

“A rãzinha-da-correnteza utiliza um repertório de sinais visuais que nunca haviam sido descritos entre os anfíbios, como posições do pé, impulsos com os braços e movimentos de balançar e serpentear a cabeça”. Ou seja, elas dançam para se comunicarem.

Os pesquisadores identificaram 18 comportamentos com funções diversas entre eles. O estudo foi publicado na PloS One com o nome Sophisticated Communication in the Brazilian Torrent Frog Hylodes japi.

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Fonte e foto:Agência Unesp




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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