O Dia Mundial da Vida Selvagem é hoje: abaixo o especismo!


Hoje, 3 de março, comemora-se o Dia Mundial da Vida Selvagem. E, por quê?

Porque é da vida selvagem, da fauna e da flora nativas de todos os lugares, da sua preservação, que depende tudo o que nós, seres humanos, necessitamos, como parte do ecossistema terrestre que somos.

Comida, medicamentos, materiais, novas descobertas, conhecimentos, enfim, tudo vem da vida selvagem: das florestas, mares, lagoas, matas, campos, montanhas.

Cada representante da vida selvagem do planeta é absolutamente necessário para o nosso futuro. Sim, o nosso, dos seres humanos e de toda outra forma de vida.

Não pense que você conseguirá sobreviver se as florestas e toda a sua biodiversidade for “civilizada”.

Das florestas vem a água, o ar, a evolução.

Dos mares vem a vida, assim, pura e simplesmente, a vida.

Até o mosquitinho mais chato do planeta, o Aedes, tem sua importância na preservação do equilíbrio ecológico do sistema de vida do nosso planeta.

Para saber mais sobre a importância da vida selvagem e como as descobertas podem melhorar a nossa vida, leia, por exemplo, o artigo logo abaixo sobre um fungo descoberto na Amazônia e que tem a capacidade de digerir plástico, a praga dos oceanos.

Claro que a humanidade já bagunçou bastante, destruiu muitos nichos e colaborou, decisivamente, para a extinção de algumas espécies animais e vegetais, pequeninas ou mesmo das grandalhonas.

Sim, esse caminhar destruidor tem feito parte da evolução da nossa espécie, a humana, que se acha, até agora, a super poderosa, mas não o é.

É o assim chamado especismo, a ideia de que a espécie sapiens é melhor que as outras e que está levando o homem a destruir a si próprio.

Agora, ou melhor, já faz tempo, chegou o momento de uma reflexão muito séria para nós, humanos. Mas hoje, com esse “simples” vírus que mesmo sendo minúsculo e invisível tem brincando com a nossa cara, só não vê quem não quer: precisamos seriamente respeitar a vida e combater o especismo.

Pandemia e vida selvagem

Ainda não se sabe ao certo, mas tudo leva a crer que a pandemia Covid-19 tenha surgido no mercado de animais vivos em Wuhan, China. Ali, milhares de animais selvagens, amontoados, em condições precárias de saúde e de higiene, são vendidos para satisfazer o apetite humano por carne fresca.

Sabe-se que o coronavírus, o SARS-CoV-2 que causa a doença Covid-19, vem do morcego. Só não se sabe como se deu o salto do animal para o homem. E mesmo que o coronavírus não tivesse nascido naquele mercado de horrores de Wuhan, sabe-se que as condições em que aquele mercado opera são ideais para o surgimento de zoonoses.

Também se sabe que desmatamento e toda e qualquer intervenção humana sobre os habitas naturais são pratos cheios para o surgimento de novas pandemias.

Se com o coronavírus não tivermos entendido isso, realmente vai ficar difícil entender um dia…

Leia mais em:

Brasil, herança ambiental para a humanidade

Foto: Botânico brasileiro descobre pau-brasil gigante de 600 anos

Qual o mundo que nós queremos? Qual o futuro que decidimos deixar para os nossos descendentes? Um futuro saudável e cheio de luz, cor e sabor ou um futuro cinza, betuminoso, pesado, no qual as esperanças da humanidade vão se atolando?

Nós somos pelo futuro saudável, cheio de luz, cor e sabor. Somos pela preservação equilibrada do ecossistema terrestre. E convidamos você a ser também, assim, simplesmente humano.

Então, hoje nós, humanos vamos celebrar o Dia Mundial da Vida Selvagem, e uma vez mais, arregaçar as mangas para a preservação do meio ambiente, que é fundamental para a nossa vida.

A data de hoje foi criada em 2013 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para reafirmar o valor essencial das espécies silvestres. E o Brasil, país que possui a maior biodiversidade do planeta, vem batalhando para que a consciência ambiental se expanda, para proteger seu legado.

“Este dia serve para chamar a atenção da sociedade, levantar o debate sobre a relação do homem com estas espécies e promover a reflexão sobre a sua conservação”.

“Todos os alimentos são derivados de espécies silvestres, da mesma forma grande parte do vestuário; e a qualidade da água, solo e ar dependem fundamentalmente das plantas e animais. A produção agrícola depende da qualidade do solo, da água e da polinização por espécies silvestres”.

(Ugo Vercillo, coordenador geral de Manejo para Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CGESP/ICMBio).

CITES

O CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção), que é um dos acordos ambientais mais importantes para preservação das espécies, foi assinado pelo Brasil em 1975.

Esta convenção “regulamenta a exportação, importação e reexportação de animais e plantas, suas partes e derivados, por meio de um sistema de emissão de licenças e certificados que são expedidos quando se cumprem determinados requisitos”.

“3 de março é a oportunidade para todos nós, não importa quem somos e onde estamos, celebrarmos a beleza e a variedade de milhões de plantas e animais com quem compartilhamos este planeta”, declarou o ex secretário-geral da CITES, John E. Scalon.

É importante ressaltar, hoje e sempre, que lugar de animal selvagem é no habitat natural dele. Que é preciso respeitar os ecossistemas tais quais eles são.

Ainda tem gente levando conchinha para casa e fazendo selfie com tigres e leões.

Informar também é preservar. Compartilhe e Feliz 3 de março para você.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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