Protagonistas do filme “Rio”, as ararinhas-azuis representam o que há de mais belo na biodiversidade brasileira, a mais rica do mundo, e, infelizmente, é uma das espécies mais ameaçadas de extinção. Aliás, ela já é considerada extinta na natureza desde o ano 2000, sobrevivendo apenas em cativeiro e em somente três países, Brasil, Alemanha e o Catar. Este fato mobilizou estes três países a agirem em cooperação para viabilizar a reprodução das aves.
E é exatamente de um destes países que um casal de ararinhas-azuis chega ao Brasil. Vindas diretamente da Alemanha, as ararinhas, de nomes Carla e Tiago, desembarcaram pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na última terça-feira, dia 3, em solo brasileiro. As duas ararinhas são filhas de uma fêmea brasileira e a ideia é que elas ajudem a aumentar a população da espécie por aqui.
Aumentar uma “população” que é muita pequena no Brasil. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, existem apenas 11 ararinhas vivendo em criadouro no interior de São Paulo. É para lá que Carla e Tiago serão levadas. Antes de irem, porém, as aves foram levadas para um quaternário oficial do Ministério da Agricultura, local em que ficarão em observação pelo período de 15 dias.
A chegada das ararinhas foi resultado de uma parceria entre o Governo do Brasil com a Agência Federal Alemã de Conservação da Natureza e serviu para celebrar o Dia Mundial da Vida Selvagem e também a cooperação entre os países na luta para preservar as espécies.
“Hoje é um dia emocionante para a conservação da biodiversidade do Brasil. É um dia ímpar dos esforços técnico-científicos. Viabilizamos o retorno da espécie símbolo do Brasil. Que, no futuro, ela possa ser colocada na natureza”, acrescentou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
“Nós temos fêmeas precisando de machos. Levamos para a Alemanha, fizemos todo o trabalho de reprodução e agora estamos trazendo Tiago e Carla de volta ao Brasil”, explicou a ministra.
A ararinha-azul tem como habitat natural a Caatinga, região da cidade de Curuçá, no norte da Bahia. A intenção do ministério é devolver os animais para a natureza assim que tiver o número mínimo de 150 ararinhas. “A meta é, até 2020, estarmos testando e viabilizando a reinserção dessas espécies na natureza”, ressaltou Izabella Teixeira.
Essa meta ainda deve demorar um pouco. A ararinha-azul só começa a se reproduzir depois de quatro anos de vida, fase adulta delas, e apenas cinco animais nascem em um período de 12 meses.
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Fonte foto: agenciabrasil.ebc.com.br
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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