Índios protestam por melhorias na saúde


Um novo conflito entre índios e autoridades ocorre no município de Colíder, no estado do Mato Grosso, e a 648 quilômetros da capital Cuiabá. Mais de trinta índios de várias etnias invadiram a sede da Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai), para exigir a saída da coordenadora da unidade, Sanna Rochelle Aparecida Silva Sarmento, há frente do Sesai por seis meses apenas.

O motivo da revolta são as condições de saúde precárias em que os índios da região sobrevivem atualmente. De acordo com o cacique Raoni Metuktire, líder da etnia caiapó, não há estrutura para a saúde e por isso eles exigem a exoneração da coordenadora.

Como resposta o Sesai emitiu nota em que afirma sobre a disponibilidade do instituto para o diálogo com as lideranças indígenas e também sobre a intensificação de ações para melhorar a saúde nas aldeias por meio do Programa Mais Médicos. A nota também informa que Sanna Rochelle está fora do instituto para evitar ameaças contra sua integridade física.

Também ocorre um bloqueio feito por outro grupo de índios de várias etnias no trecho da BR-163 em Itaúba, cerca de 599 quilômetros de Cuiabá, desde a última sexta-feira, dia 30 de janeiro. Utilizando pneus e galhos de árvores, cerca de 50 índios impedem a passagem de carros no local, assim como ameaçam com arcos e flechas quem tentar furar o bloqueio. O protesto também é motivado pelos problemas de saúde nas aldeias indígenas.

O Sesai se defende sobre os problemas de atenção com a saúde indígena alegando que quatro médicos do programa Mais Médicos passaram a reforçar o time de enfermeiros, dentistas, técnicos de enfermagem, agentes indígenas de saúde e agentes indígenas de saneamento na preservação da salubridade dos índios. “Cabe destacar, ainda, que o Dsei recebeu, no último semestre, três remessas de medicamentos, necessário para atendimento à saúde indígena da região”, consta trecho da nota.

O Sesai mantém as negociações com os povos indígenas somente por telefone e ainda não marcou nenhuma reunião presencial com os líderes das aldeias.

Saúde e alimentação são os principais problemas na vida dos índios brasileiros. Segundo o Datasus, Banco de dados do SUS, 55% de todas as mortes por desnutrição no país acontecem entre os povos indígenas.

Compreendidos em 896 mil pessoas ao total, a cultura indígena engloba 275 línguas diferentes em mais de 300 etnias, o que muitas vezes complica a situação na manutenção de um ambiente saudável para eles, pois cada etnia tem suas próprias visões e valores no que tange as práticas da saúde. Ações básicas de saúde e higiene são ignorados ou até mesmo impedidos em algumas etnias.

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Fonte foto: fotospublicas.com.br




Redação greenMe

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