Levantamento divulgado ontem (17) com dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indica desmatamento de 23.948 hectares (239 Km²) em 2012 e 2013 na Mata Atlântica – aumento de 9% quando comparado ao biênio 2011-2012.
O relatório tem dados detalhados do desmatamento por município, apontando que o município que mais desmatou no período é Manoel Emídio, no Piauí – com 3.134 hectares (ha), o que equivale a 13% do desmatamento sofrido pela Mata Atlântica no período. Cinco dos dez municípios que mais desmataram estão em Minas Gerais – estado que lidera o ranking há cinco anos.
A Fundação SOS Mata Atlântica aponta que, nos últimos 28 anos, o bioma perdeu 1.850.896 ha (18.509 km²) de sua cobertura, o que equivale a 12 vezes a área ocupada pela cidade de São Paulo. Estima-se que reste apenas 8,5% dos 13 milhões de km² da cobertura original da Mata Atlântica em remanescentes com área maior do que 100 ha. Confira os dados referentes ao biênio 2012-2013:
As surpresas do relatório, além do estado do Piauí, que ficou em segundo lugar no ranking, havendo mais do que duplicado o desmatamento em áreas de Mata Atlântica nesses dois anos, incluem também o Mato Grosso do Sul, que ao aumentar em 1.049% o desmatamento com relação ao levantamento anterior, ficou na sexta posição.
Destaques positivos foram dados aos estados que conseguiram reduzir o desmatamento: Sâo Paulo (51%), Alagoas (88%), Espírito Santo (45%) e Rio de Janeiro (72%). Apesar de aparecer em vermelho, também há indicação de redução no desmatamento em Sergipe (84%).
Minas Gerais ainda é o estado que mais desmata na Mata Atlântica, tendo desflorestado 8.437 ha de sua cobertura. O número, entretanto, representa uma melhora de 22%, já que o levantamento anterior apontava um desmatamento de 10.752 ha.
De acordo com Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, a melhora nos números mineiros se deve à moratória imposta pelo governo do estado, desde junho do ano passado, impedindo a concessão de licenças e autorizações para a supressão de vegetação nativa da Mata Atlântica. O governo autorizou tal moratória em razão de ofício protocolado pela própria Fundação.
Leia também: SP: mesmo em meio à seca, poder público decide por redução de matas ciliares
Fonte imagens: Jack Hynes via Wikimedia Commons e Fundação SOS Mata Atlântica
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
ASSINE NOSSA NEWSLETTER