Não é apenas no Peru e no Brasil que as ameaças da biodiversidade e de povos indígenas pela exploração de petróleo tem causado polêmica e preocupações. A situação também parece ser muito grave no Equador.
Em 2010, o Presidente Rafael Correa se comprometeu a deixar de extrair 846 milhões de barris de petróleo encontrados no Parque Nacional Yasuní, na Amazônia equatoriana, caso um esforço internacional compensasse metade do valor desse petróleo.
Para tanto, criou-se um fundo que visava à arrecadação de 3,6 bilhões de dólares em 13 anos. Como até 2013 o fundo arrecadou 300 milhões de dólares, o presidente equatoriano decidiu voltar atrás em sua decisão e dar sinal verde às empresas exploradoras de petróleo para iniciar suas operações numa das áreas de maior biodiversidade do mundo: a Amazônia ocidental.
Porém, de acordo com a Constituição do Equador, caso se colete a assinatura de 584 mil pessoas – 5% da população do país – em nove messes, a autorização da exploração de petróleo na área estará sujeita a um referendo. Há duas semanas, um grupo de associações da sociedade civil com o nome de YASunidos garantiu ter coletado as assinaturas necessárias e entregou a quem de direito.
Contudo, o grupo alega que lamentavelmente, após terem entregue em 12 de abril as mais de 750 mil assinaturas coletadas, parte dos materiais foram ilegalmente adulterados pelas autoridades.
A caixa com a identidade dos coletores de assinaturas, necessária para que se verificasse cada página de assinaturas, foi aberta sem a presença das entidades, e muitas das identidades desapareceram misteriosamente, de acordo com Josephine Koch, uma das ativistas.
Pesquisas mostram que 78 a 90% do povo do Equador se opõe à extração de petróleo na área.
Fonte foto: Parque nacional Yasuní em wikipedia.org
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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