O lixo nosso de cada dia que vai parar em área remota da Amazônia


Pesquisadores encontraram diversos tipos de resíduos em uma unidade de conservação ambiental da Amazônia. Como esse lixo foi parar lá se é uma reserva ambiental? Isso é o que queremos saber!

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do Instituto Mamirauá, na Amazônia, realizou uma pesquisa cuja conclusão é um alerta para a população brasileira. Foram encontrados até 15 itens de lixo por hectare na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Dentre eles: plásticos, borracha, isopor e até sandálias.

Em entrevista para o programa Tarde Nacional Amazônia da Rádio Nacional da Amazônia, o pesquisador Elias Neto contou um pouco sobre essa triste descoberta. Segundo ele, os materiais encontrados foram rastreados e o mais impressionante foi que eles encontraram garrafas originárias de outros países, como Peru e até do Canadá, na reserva.

De acordo com o pesquisador, o fato desses resíduos irem parar numa região remota indica que o nosso consumo está prejudicando até mesmo as regiões protegidas ambientalmente.

A reserva não é uma área turística e também não tem habitantes no local. Tudo leva a crer que esse lixo foi descartado de forma errada em outra região e ele chegou na Amazônia pelos cursos dos rios, lagos ou algo do tipo.

As práticas de consumo da população atual são insustentáveis para o planeta, pois nem mesmo as reservas ambientes estão livres das consequências. Por esse motivo, os pesquisadores alertam que devemos repensar nossos hábitos de consumo, bem como adotar práticas de descarte correto do lixo, para que o destino dele não prejudique ainda mais as nossas reservas.

Consumo consciente

A pesquisa em questão, tem ainda o intuito de explorar as regiões afetadas para determinar a dimensão do problema, bem como analisar se existem microplásticos nessas áreas. Elias faz o alerta para a necessidade das pessoas adotarem o consumo consciente, pensando inclusive na composição das embalagens e produtos. Devemos evitar a todo o custo o plástico e materiais que demoram anos para se decompor.

O alerta para a necessidade de mudança no consumo vale principalmente para essa época de Natal. Na contramão do verdadeiro sentido desta data, as compras triplicam e com elas, o volume de lixo também. Infelizmente ainda há muito o que fazer para que as pessoas aprendam a cuidar do planeta, mas não custa nada pensar antes de comprar. Nunca é tarde para mudar!

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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