O mico leão dourado é um dos maiores símbolos do Brasil. Por tal status e importância no meio ambiente, nada mais justo que o animal seja lembrado no principal evento do ano de 2016, as Olimpíadas.
Durante o VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, Russell Mittermeier, vice-presidente da ONG Conservação Internacional (CI) fez um apelo aos mais de 1.200 participantes ali presentes, para que a espécie endêmica da Mata Atlântica seja lembrada nos Jogos Olímpicos. A ideia é que o mico-leão-dourado seja utilizado nas medalhas de ouro entregues aos atletas campeões em suas modalidades durante os jogos.
O mico-leão-dourado é um dos animais em risco de extinção, entre tantos outros pertencentes aos biomas brasileiros e, figurar esta espécie na medalha, representaria uma grande vitrine em prol da preservação da biodiversidade do Brasil.
“Fizemos uma campanha para que o muriqui – espécie de primata da Mata Atlântica – fosse escolhido como mascote das Olimpíadas, mas não tivemos sucesso. Esperamos que agora, ao apresentar nossa nova ideia no CBUC, tenhamos mais força na ação”, explicou Mittermeier, lembrando também que a causa só tem alguma chance de êxito se houver apoio popular.
Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, realizador do Congresso, também concorda com o objetivo de utilizar eventos como os Jogos Olímpicos como plataforma para a discussão de temas de tamanha importância para a natureza. “A biodiversidade brasileira é nossa maior riqueza e temos que envolver a sociedade a fim de ela seja cada vez mais ativa em benefício da conservação da natureza”, afirmou.
E para que a medalha de ouro com o mico-leão-dourado signifique alguma coisa em termos práticos, temos um excelente exemplo: o Fuleco da Copa no Brasil de 2014. O Fuleco era um tatu-bola, endêmico da Caatinga brasileira, que deveria receber diversas ações em benefício da preservação da sua espécie. Um abaixo-assinado para a criação de um Parque Nacional do Tatu-Bola, com 160 mil assinaturas, foi entregue à Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira.
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Posteriormente, a petição conseguiu alcançar quase 202 mil assinaturas. Se será criado propriamente um Parque Nacional para o tatu-bola não sabemos. No entanto, o Governador do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara, em março deste ano, assinou um o decreto para a criação da ‘Reserva da Vida Silvestre Tatu-Bola‘, uma área de conservação com 110 mil hectares para a proteção deste animal na Caatinga.
A campanha pelo mico-leão-dourado foi uma das 27 moções aprovadas no dia 25 de setembro, no encerramento do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, o maior evento da América Latina sobre meio ambiente e áreas protegidas. Agora é esperar para que as ações saiam do papel.
Fonte foto: wikipedia
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
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