Tão absortos às vezes ficamos com as notícias sobre espécies da fauna que sofrem com a possibilidade de extinção, que podemos esquecer que o mesmo acontece com a flora de nosso planeta. Um caso específico disso, vem da espécie de árvores, araucárias. Aliás, tanto as árvores quanto a mata araucária correm sério risco de serem extintas.
Uma árvore que antes podia ser vista com frequência tanto no campo quanto em áreas urbanas, os exemplares de araucárias agora são raros. E o pior, a maioria das árvores existentes já têm mais que 30 anos de idade, ou seja, exemplares jovens, que poderiam garantir a sobrevivência da espécie não são mais vistas.
A observação, e o alerta, para a possibilidade de extinção das araucárias foi feita pelo professor Flávio Zanette, da Universidade Federal do Paraná, um dos principais pesquisadores da árvore-símbolo do Paraná. Com três décadas de dedicação ao assunto, ele comenta que cada vez percebe menos pinheiros jovens e que são necessárias medidas urgentes para que a espécie volte a brotar no estado.
No século passado, houve incentivo para o corte dos pinheiros no estado do Paraná, mas o estrago foi tamanho, que motivou o Ibama a colocar a espécie na lista de ameaçadas de extinção, acabando, em teoria, com o incentivo. Mas nada feito. O alerta não acabou com o corte e, no ano de 2001 o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) decidiu proibir o corte de araucárias – com algumas exceções específicas, como manejo de áreas plantadas e extração em casos de risco de queda.
Para se ter uma noção maior do risco que sofrem as araucárias, no passado, o Paraná chegou a ter mais de 8 milhões de hectares cobertos com as árvores, no entanto, apenas 66 mil hectares, ou 0,8% do que havia, permanecem intactos. É verdade que e medição foi feita em 2001, mas ainda é o dado mais recente disponível e, os pesquisadores não acreditam que houve melhora significativa de lá para cá. Ao contrário, alguns considerados “pessimistas” já falam abertamente que as medidas atuais para preservação são apenas paliativas, e que somente adiam o inevitável.
Felizmente, os “otimistas” ainda acreditam na recuperação da araucária e defendem que preservar o que resta, e ainda buscar soluções para ampliações de áreas, com incentivos locais, pode assegurar a continuação da espécie.
Uma ação que serve de exemplo vem do próprio professor Zanette e da Universidade Federal do Paraná, que distribui gratuitamente, 1.500 mudas de araucárias para serem plantadas. Quem sabe este gesto não marca a conservação e o renascimento das árvores araucárias?
Leia também: Socorro! As árvores estão encolhendo
Fonte foto: wikipedia.org
Categorias: Biodiversidade, Informar-se
ASSINE NOSSA NEWSLETTER