Lei que proíbe grandes felinos em cativeiro é aprovada nos EUA


Será que agora é realmente o fim da máfia dos tigres? Ou seja, da exploração dos grandes felinos como atração turística ou animais de estimação?

‘Tiger King” (série que ficou conhecida na Netflix), tinha como protagonista Joe Exotic, proprietário do Myrtle Beach Safari, acusado de abuso e exploração de animais exóticos e selvagens. A série de documentários mostrava uma realidade pouco conhecida, a de conservacionistas e colecionadores de grandes felinos como tigres, leopardos, chitas, onças, pumas ou híbridos dessas espécies – em cativeiro. Milhares deles.

Agora, a legislação dos EUA deu mais um passo para proibir essa prática horrível que faz com que estes animais sofram.

A Lei de Segurança Pública dos Grandes Felinos proíbe a prática de acariciar filhotes e qualquer nova criação de grandes felinos para posse privada.

Também torna ilegal que o público tenha contato próximo com os animais, por exemplo, tirar selfies enquanto alimenta filhotes.

Lei de Segurança Pública dos Grandes Felinos

Finalmente, a vitória é dos animais!

A Lei de Segurança Pública dos Grandes Felinos prevê:

  • zoológicos licenciados, santuários e instituições acadêmicas com grandes felinos podem continuar a operar;
  • as instalações ainda podem exibir seus animais, mas não podem oferecer experiências práticas ao público;
  • proprietários particulares de grandes felinos também podem manter seus animais, mas nenhuma reprodução adicional ou comércio serão permitidos;
  • os proprietários devem notificar o US Fish and Wildlife Service sobre seus animais dentro de 180 dias após a aprovação da lei.

Parece uma realidade distante de nós aqui no Brasil, mas nos Estados Unidos, a criação de filhotes de tigre é normal. É tão normal que seus donos andam com eles na coleira.

Animais selvagens não são animais de estimação!

Estima-se que pelo menos 7.000 grandes felinos vivem em cativeiro (quase o dobro dos estimados 3.890 tigres que vivem na natureza em todo o mundo) nos EUA e a grande maioria são mantidos em zoológicos.

É cruel e inaceitável pensar que ainda existem pessoas que criam filhotes e os separam de suas mães para tirar fotos turísticas.

Sara Amundson, presidente do Fundo Legislativo da organização Humane Society, alerta:

“É uma prática comum usar filhotes para fotos até que fiquem grandes demais para segurar.

Eles são descartados ou vendidos, o que simplesmente perpetua o ciclo”.

Depois que crescem, estes animais são tratados de forma precária, onde vivem em instalações como quintais e porões, acabam sendo vendidos e contrabandeados para comércio ilegal, onde serão mortos e partes de seus corpos serão vendidas.

As instalações mostradas em Tinger King viola a Lei do Bem-Estar Animal e, de uma vez por todas, sob a nova lei aprovada, será proibido criar, segurar e acariciar filhotes.

Joe Exotic, empresário que ficou famoso por ser dono do santuário dedicado a grandes felinos, foi preso em 2018 e condenado em 2020 a 22 anos de prisão, sob 17 acusações de maus-tratos de animais.

Já a nova lei, que agora precisa somente ser sancionada pelo presidente dos EUA, acabará com a terrível exploração de grandes felinos.

Estes predadores lindos e poderosos merecem viver livres na natureza e não ser mantidos em cativeiro.

Fontes:

  1. natgeo
  2. bbc

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Lara Meneguelli


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