O que é senciência? A importância de conhecer este conceito


Hoje em dia, muito se fala em senciência. Mas afinal, o que de fato significa esse termo?

Para esclarecer possíveis dúvidas sobre essa temática, este conteúdo traz explicações que contribuirão para a compreensão do que é senciência, e de como esse entendimento pode ajudar na proteção e bem-estar de todos os animais.

O que é senciência?

Senciência define a capacidade de sentir sensações, dor, emoções e sentimentos, além da percepção do meio ao qual se está inserido.

Animais: seres sencientes

Sensações como dor e agonia, ou emoções como medoansiedade, estão presentes na maior parte das espécies de animais.

Um animal é um ser senciente porque tem a capacidade de sentir.

Sensações e percepções dos animais

A questão que vem gerando mais dúvida em relação à senciência animal, é sobre se os animais têm a  capacidade de perceber os acontecimentos e a realidade.

O que a ciência pressupõe sobre essa questão, é que a mente de um humano é mais complexa do que as mentes dos animais.

Para o precursor da biologia moderna, Charlies Darwin, a diferença entre as mentes das espécies de seres vivos está apenas no seu grau de complexidade.

Do ponto de vista biológico, a função mais importante do cérebro é a de funcionar como gerador de comportamentos que promovam o bem-estar e a autopreservação.

Nem todos os comportamentos precisam de um cérebro. Contudo, o controle mais elaborado do comportamento é baseado em um sistema sensorial complexo.

Este sistema sensorial complexo requer a capacidade de integração de informações através de um cérebro centralizado.

Assim como nós, muitos animais possuem uma mente, que difere da mente humana pelo fato de ser menos complexa (assim como a de uma criança, que é menos complexa que a de um adulto).

A biologia da senciência

A capacidade da senciência está atrelada à uma série de reações químicas que estabelecem processos que afetam o corpo e promovem sua sensibilidade, sensações e percepções.

Estes processos se manifestam em maior ou menor grau, de acordo com cada espécie animal.

Em resposta a estes processos, manifestam-se estados mentais, personificados no EU (individualidade) de cada ser vivo.

Esse EU, que vivencia e experimenta as sensações, é que diferencia seres vivos de meros objetos ou coisas inanimadas.

Existem outros aspectos que levam as espécies de animais a experimentarem o mundo de forma individualizada e sensível, como por exemplo, a existência de órgãos sensoriais responsáveis pela captação de imagens, sons ou odores.

Tais aspectos são experimentados não apenas por animais vertebrados, mas também pelos animais invertebrados como os insetos, moluscos, aracnídeos, entre outros.

Inteligência e capacidade cognitiva dos animais

A ciência vem demonstrando a senciência animal, mas também a capacidade cognitiva de muitas espécies animais.

Nesse campo, tem-se descoberto que os animais, além de serem sencientes, são mais inteligentes do que se possa imaginar.

Várias descobertas científicas convergem para o fato  de que as capacidades cognitivas dos animais são muito maiores, mais complexas e profundas do que tradicionalmente se tem acreditado.

Todos esses apontamentos são de suma importância para estabelecer uma ética e um respeito maior a todos os seres do reino animal.

Diferença entre animais e humanos

A forma como, em geral, os seres humanos lidam com sua individualidade, querendo se distinguir e destacar perante aos demais é o que leva ao surgimento do ego.

Nesse sentido, os seres humanos tendem a manifestar e desenvolver o egocentrismo, ou seja, o comportamento voltado para si mesmo), o que não ocorre com os animais.

Acreditando ser melhor, porque mais inteligente, que as outras espécies, o homem se torna especista.

Pensadores e a defesa à senciência animal

Vários pesquisadores e pensadores têm utilizado o conceito da senciência animal para a defesa do Direito dos Animais.

Como por exemplo:

Jeremy Bentham (1748-1832)

Para o filósofo e jurista, Jeremy Bentham, independentemente dos animais serem dotados de razão, eles sofrem, e por isso, o ser humano tem o dever de tratá-los com compaixão.

Charles Darwin (1809-1882)

Ele acreditava que os animais também possuem “atividade mental”.

Para ele, quanto mais sofisticado o sistema nervoso, maior o grau de senciência e capacidade mental.

Peter Singer (nascido 06/07/1946 – atualmente com 76 anos)

Ele defende que todos os animais sofrem, mesmo que esse sofrimento possa ocorrer em níveis diferentes, de acordo com a natureza biológica do animal.

Em sua obra, Libertação Animal, Peter Singer usa tal princípio contra o “especismo”, que é a discriminação contra certas espécies animais.

Veterinária fala sobre a Senciência Animal

Neste vídeo do programa Papo Sério,  a Drª Maria Aparecida é entrevistada por Débora Azevedo, do blog Direito à Vida.

Esta veterinária explica o que é senciência e como a ciência vem buscando ampliar o entendimento sobre esse conceito.

Ela explica também a relação do antropocentrismo (visão de que o homem é o centro de tudo) e a exploração dos animais e levanta a necessidade de ter uma nova visão baseada no biocentrismo (a vida no centro de tudo, independente da espécie) para assim vivermos de forma mais harmoniosa e respeitosa com todos os seres vivos.

Confira!

A inconsciência dos humanos em relação aos animais

O modo como as pessoas percebem os outros animais é influenciado pela educação, cultura e exemplos que tiveram na infância.

Grande parte da crueldade imputada aos animais se deve ao fato de se ignorar que os animais são seres sencientes.

Efeitos de ignorar a senciência animal

Os efeitos da falta de educação, inconsciência e ignorância em relação à senciência animal, nos leva a atos cruéis para com a vida animal:

A importância de ensinar e educar sobre a senciência animal

Para corrigir essa atitude de inconsciência e ignorância que leva os seres humanos a tratar os animais de forma cruel, é necessário educar crianças e jovens para que não cometam o mesmo erro, tratando os animais como coisas.

Desenho educativo sobre senciência animal

Este vídeo de animação do canal Bem-estar animal: UEFN na escola, mostra de forma lúdica como e por que os animais são seres sencientes:

Senciência animal – Princípio de defesa aos animais

A capacidade dos animais de sentir dor tem sido usada intensamente por ativistas e protetores de animais na luta e defesa contra o especismo, a crueldade e os abusos contra os seres não humanos.

Leis baseadas na senciência animal

Felizmente, a humanidade está evoluindo em relação à senciência animal e já existem países com legislação embasada neste conceito.

Diversos países já levam em conta que os animais são seres sencientes e, inclusive, existem leis que proíbem ações que provoquem o sofrimento deles.

Já é tempo de ver o que habita em cada animal!

Leonardo da Vinci (1452-1519), sábio e polímata (detentor de vários conhecimentos), disse:

“Chegará o tempo em que o homem conhecerá o íntimo de um animal e, nesse dia, todo crime contra um animal será um crime contra a humanidade.”

Eis que a Vida urge para que isso aconteça!

Cabe a cada um de nós decidir, se quisermos fluir com a vida ou não!

Fonte: Wikipédia

Confira conteúdos que evidenciam a senciência dos animais, em:

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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