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Olhe, mas não toque.
Um animal lindo e curioso que os desavisados podem tocar e se dar mal.
Não ocorre endemicamente no Brasil mas já foi encontrado em nossas praias.
De quem estamos falando?
Da caravela-portuguesa!
São cada vez mais frequentes os avistamentos de caravelas-portuguesas, organismos “alienígenas” do Oceano Atlântico.
As caravelas-portuguesas, de nome científico Physalia physalis, são uma colônia de indivíduos, ou seja, é um animal, mas existem vários organismos conectados.
Praticamente, seu corpo como um balão é um organismo e os tentáculos são outros, por exemplo.
Elas são um tipo de zooplâncton, ou seja, são animais marinhos que vivem meio no mar e meio no ar.
Embora pareçam, as caravelas não são águas-vivas.
O biólogo marinho e coordenador do Aquário de Santos, Alex Ribeiro, diz que a caravela-portuguesa é um cnidário, parente das águas-vivas e das anêmonas-do-mar. Ele explica:
“Porém, é diferente da água-viva, que é um organismo só. A caravela é uma colônia de organismos, então, cada tentáculo dela tem uma função específica dentro da colônia. Ela é um pouco mais nociva do que a água-viva, pois os tentáculos têm efeito um pouco mais urticante no banhista quando é tocado”.
Os tentáculos das caravelas-portuguesas podem atingir até 50 metros (embora tenham em torno de 10 metros em média) e, conforme são arrastadas pelas correntes e pelo ventos, eles vão paralisando e capturando pequenos peixes e larvas de peixes que encontram para sua alimentação.
A Physalia physalis vive nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos.
Ela possui tentáculos cheios de células urticantes, e apesar de parecer um único animal, é uma colônia composta por muitos animais inter-relacionados (pólipos).
Graças a eles, a caravela-portuguesa consegue prender a sua presa com um “abraço mortal” e alimentar-se.
O veneno da caravela-portuguesa é considerado um dos mais poderosos e perigosos da fauna marinha e pode ter consequências letais em indivíduos particularmente sensíveis e vulneráveis.
O professor Ferdinando Boero, especialista em celenterados e professor de Zoologia e Antropologia da Universidade Federico II de Nápoles, conta:
“Se for robusto, e se a picada ocorrer enquanto o animal estiver pescando, os sintomas, na vítima, são muito fortes, semelhantes aos de uma descarga elétrica muito forte, e o sinal que fica é como o de um ferro em brasa. descansando na pele.
Sintomas como lesões cutâneas características nas costas, nádegas e pernas sugerem que é a ferroada de uma caravela-portuguesa”.
A reação em indivíduos sensíveis, além da dor causada pelo veneno liberado na pele, pode levar à paralisia, parada cardíaca e choque anafilático.
Mesmo após morta, a caravela-portuguesa provoca lesões na pele e no sistema nervoso.
É uma espécie encontrada em regiões de águas quentes, tropicais e subtropicais, de todo o oceano.
Principalmente na região do Golfo do México, Mar do Caribe, Mar de Sargaço, Corrente do Golfo.
No Brasil, elas já foram encontradas do Amapá ao Rio Grande do Sul, mas ocorrem principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Em geral, as caravelas vivem afastadas da costa, navegando pelo oceano, mas se aproximam das praias principalmente levadas pelos ventos.
A melhor forma de se prevenir contra os ataques destes animais é conhecendo-os.
Segundo estatísticas, a caravela-portuguesa é a principal responsável, em número e gravidade, por acidentes deste tipo no Brasil, principalmente no verão.
A seguir, você encontra algumas instruções caso acabe topando com alguma caravela por aí, veja:
Para não correr riscos, é ideal ficar atento aos locais em que as caravelas são avistadas, normalmente sinalizados com uma bandeira lilás.
Plantas, animais, rochas, pedras, algas, etc. Nada se toca se não tiver conhecimento. Além de ser um desrespeito à natureza, existem seres tóxicos que podem te machucar, como vimos nesse caso.
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Categorias: Animais
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