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Depois de 2 de anos de pandemia, a Festa de São Firmino (San Firmín) volta a ser celebrada na Espanha.
O evento, celebrado em 06 de julho, acontece desde 1591, em homenagem ao padroeiro da cidade espanhola Pamplona.
No primeiro dia, milhares de pessoas amarraram lenços vermelhos em seus pescoços, figurino tradicional da festa.
Durante os nove dias de festividades a população e os turistas saem às ruas para acompanhar os shows, procissões, touradas e principalmente a “encierros“, quando centenas de homens correm diante de touros pelas ruas da até chegar à arena touros da cidade.
Mesmo sob protestos das entidades de defesa dos animais, o tradicional evento segue voltou a ser comemorado.
A festa ganhou alcance mundial através do livro “O Sol também se levanta” do escritor americano Ernest Hemingway, um apaixonado pela cultura das touradas.
O festival de São Firmino também é mundialmente conhecido pelos “encierros“, como são chamadas as corridas de touros, que ocorrem todos os dias.
A tradição surgiu quando os pastores chegavam para o festival com o gado, vindo de regiões distantes da Espanha, e conduziam os animais pelas ruas até a arena onde, atualmente, acontecem as touradas.
Algumas pessoas acompanhavam o translado dos animais, ajudando os pastores a mantê-los no rumo.
Muitas dessas pessoas eram os açougueiros da cidade, cuja roupa branca e vermelha serviu de base para a tradicional vestimenta.
Muitos espanhóis participam da corrida todos os anos como prova de devoção ao santo ou pela diversão da corrida (que de divertido, não tem nada!).
Chegam cedo e buscam lugar no começo do trajeto, onde há uma imagem de São Firmino.
Em frente à imagem, corredores experientes rezam e cantam pedindo proteção para a corrida.
O caminho entre as cocheiras e a arena de touros passa por quatro ruas e uma praça, e possui 840 metros.
A visão é a seguinte: homens tentando correr com touros durante um pouco mais de 2 min.
O mesmo se repete durante os dias da festa.
Os “encierros” deixam dezenas de pessoas feridas a cada ano e em alguns casos também mortos.
Desde 1911, ao menos 16 corredores morreram participando do evento.
O último, um jovem espanhol de 27 anos, foi chifrado por um touro em 2009.
Dezenas de ativistas pela defesa dos animais protestaram esta semana contra a tauromaquia em Pamplona.
Alguns dos manifestantes vestiram-se de dinossauros para deixar claro que a ideia de que a atividade central das brutais largadas de touros de São Firmino, é cruel e pré-histórica.
A Plataforma “La Tortura No Es Cultura” e a “Rede Internacional Anti-tauromaquia” lançaram uma campanha que mostra imagens inéditas do que acontece com os touros após os famosos “encierros” em São Firmino, Espanha.
As fotografias e o material de audiovisual foram realizados por Tras Los Muro.
Uma pesquisa realizada pela AVTMA (Asociación de Veterinários Abolicionistas de la Tauromaquia y el
Maltrato Animal) mostra o processo e consequente sofrimento que passam estes animais desde que deixam a ganadaria até que serem levados no caminhão-frigorífico que os leva para a morte.
Para Rita Silva, uma das Coordenadoras da Rede Internacional Anti-Tauromaquia e presidente da ONG portuguesa ANIMAL:
“Com este estudo e estas imagens já não há desculpa para continuar na ignorância. Quem não sabia da realidade das largadas, fica agora a saber. Informação é poder, e, uma pessoa informada, pode realmente influenciar quem a rodeia e fazer a diferença. Se o não fizer será parte do problema e não da solução”.
O objetivo da campanha é informar as pessoas sobre o que acontece com os animais depois da largada.
Muita gente não sabe que participar destas festas é ser cúmplice da tortura e morte de dezenas de animais.
Jose Enrique Zaldívar, presidente da AVATMA e autor do estudo, conta:
“Como demostramos no estudo, o sofrimento do touro começa no momento em que é afastado dos seus e fechado durante horas a altíssimas temperaturas numa ‘caixa’ às escuras, na qual não se pode mover. Há estudos que demonstram que durante o trajeto os animais podem chegar a perder até 30kg…Durante o percurso da largada, e devido à situação em que se encontram, e que lhes é completamente estranha, é evidente o intenso estresse de que padecem os touros: o ruído, centenas de pessoas ao seu redor, o pavimento escorregadio”.
A corrida de touros é um exercício de maus-tratos e violência animal que deve ser abolida.
Somos CONTRA qualquer tipo de violência.
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Categorias: Animais
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