Qual é a função do pernilongo?


Vamos falar a verdade, ninguém gosta de pernilongo.

O inseto acorda a gente no meio da noite, suga nosso sangue, deixa coceira, é alvo de doenças e até pode nos matar…

Como gostar deles? Por mais que os odiemos, a verdade precisa ser dita: esses insetos têm sim uma função na grande biodiversidade da Terra.

Vamos lá…. conheça a importância do pernilongo para o meio ambiente a aprenda a evitá-los em vez de matá-los.

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A função ecológica, o papel ambiental dos pernilongos

Afinal, para que servem os pernilongos? Será que eles existem somente para nos picar e sugar nosso sangue?

Os mosquitos (ou pernilongos, muriçocas, carapanãs, como também são chamados em outros lugares do Brasil) não são insetos completamente inúteis.

Tirando as espécies exóticas, mosquitos nativos fazem parte de uma cadeia alimentar e são muito necessários para o equilíbrio ambiental.

Eles são comida de diversos tipos de seres vivos, indo de plantas carnívoras até vertebrados, como anfíbios e peixes.

Isso é especialmente importante em biomas mais extremos, por exemplo.

Em seu estágio de larva, vivem no meio aquático e atuam como filtradores, por se alimentar de partículas orgânicas que ficam suspensas nas águas dos rios e lagos.

E, por fim, ao se alimentarem de néctar e seiva de plantas, eles têm importante função como polinizadores.

Mas segundo o biólogo e professor da PUC Minas, Henrique Paprocki, os pernilongos não têm uma função definida no ecossistema, e isso é comum entre os insetos e até entre alguns animais maiores.

O especialista explica:

“Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, nem tudo na natureza existe para um propósito ou para nos proporcionar algum benefício. É o caso dos pernilongos. Eles nos picam somente porque precisam do nosso sangue para se reproduzirem”.

Henrique Paprocki acrescenta que, para todo recurso existente na natureza, existe algo ou alguém que vai consumi-lo.

No caso dos pernilongos, nosso sangue é o recurso natural e eles são os “consumidores”, e eles também servem de comida para outros animais, como aranhas e lagartixas.

O professor destaca ainda que somente as fêmeas do pernilongo picam.

Elas são atraídas por odores emitidos pela nossa pele. A coceira que surge após a picada se deve às proteínas existentes na saliva do inseto que, em contato com o nosso corpo, causam alergia.

 

Ainda de acordo com o biólogo, existem milhares de espécies de pernilongos, sendo mais comuns nos centros urbanos o Culex quinquefaciatus (pernilongo doméstico), e o temido Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Apesar de todo o incômodo causado pelos pernilongos, eles têm uma vida bem curta: 30 a 90 dias, em média.

Clima e temperatura

Qual a relação entre a variação da temperatura e a intensificação no surgimento do pernilongo?

De fato, existe uma relação direta entre o calor e a capacidade de os mosquitos se multiplicarem. O ciclo de vida de um mosquito varia de acordo com a espécie, mas pode durar de uma até várias semanas.

Em temperaturas elevadas, principalmente no verão, os ovos eclodem mais rápido e isso causa um aumento na população destes insetos, incluindo o Aedes e o Culex.

A bióloga Sirlei Antunes Morais, especialista em Entomologia, Mestre e Doutora em Saúde Pública pela FSP-USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo), ressalta:

“O clima e a temperatura quente de algumas estações do ano de países tropicais favorecem as atividades fisiológicas e de comportamento dos insetos de maneira geral. Isto é, as fases aladas adquirem energia para o voo, reprodução e a alimentação tanto do açúcar das plantas como do sangue de animais e seres humanos”.

Ruim com eles, pior sem

Se os mosquitos simplesmente sumissem, o que teríamos como consequência é um desequilíbrio ambiental.

Determinadas plantas carnívoras, anfíbios e peixes, que têm por hábito se alimentarem desses insetos, ficariam sem alimentos.

Sem as larvas deles se alimentando de matéria orgânica, corpos d’água poderiam ficar mais sujos e a vida de espécies aquáticas poderia ser afetada.

O processo de polinização, essencial tanto para a flora do planeta quanto para atividades humanas, como a agricultura, também ficaria comprometido.

Como evitar pernilongos?

Visto que até estes seres inoportunos têm sua importância ecológica, vamos saber como evitá-los em vez de matá-los?

  • evite sua propagação não deixando água e lixo onde as fêmeas possam deixar seu ovos
  • use repelentes naturais e incensos
  • mantenha em casa plantas repelentes
  • evite sair na hora do crepúsculo que é quando eles estão mais ativos
  • use roupas de cor clara
  • crie barreiras físicas colocando redes em casa, nas portas e janelas.

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Lara Meneguelli


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