Calor extremo mata milhares de vacas no Kansas


Estima-se que até 10.000 vacas tenham morrido de calor no Kansas, Estados Unidos, devido a uma onda de calor extrema que atingiu a região nos últimos dias.

Matthew Lara, porta-voz do Departamento de Saúde e Meio Ambiente dos EUA, conforme relatado pela Reuters, informou que pelo menos 2.000 bovinos morreram por causa das altas temperaturas e umidade do ar. Mas há estimativas de que tenham morrido na verdade mais de dez mil vacas.

Um vídeo feito de um veículo em trânsito em uma fazenda afetada pelo fenômeno foi compartilhado no Twitter: as imagens dramáticas mostram muitas carcaças deitadas em um solo seco e queimado de sol.

O drama teria começado no último dia 11 de junho, quando as temperaturas atingiram 38°C aumentando para 40°C  no dia 13, e com uma umidade elevada que passou de 18% para 35%, uma combinação perigosa.

“O estresse por calor não acontece de uma vez. O gado acumula calor durante o dia e, durante a noite, leva de quatro a seis horas para dissipar esse calor. Contanto que tenhamos um efeito de resfriamento à noite, o gado pode lidar com o calor. O ponto em que nos deparamos com problemas é onde temos dois a quatro dias consecutivos de resfriamento noturno mínimo e começamos o dia com a carga de calor que acumulamos no dia anterior ainda lá ”, disse o especialista.

Um outro fator explicado por Matthew Lara é o calor ter começado forte antes da hora. Em meados de junho muitos desses animais ainda mantêm um pouco da pelagem do inverno. Além disso, serem animais de cor preta, uma cor que esquenta mais porque é na verdade ausência de cor, acabou dificultando que o calor acumulado no corpo dos animais se dissipasse durante a noite.

Circulo vicioso

O curioso é que a pecuária é um dos maiores causadores do aquecimento global, devido às enormes emissões de gases de efeito estufa emitidos pelos animais e pelo desmatamento que dá lugar ao pasto.

Alguns pecuaristas de outros estados americanos não acreditam que o gado do Kansas tenha morrido  de calor, e estão pedindo investigações rigorosas.

De qualquer modo, não seria a primeira vez que uma onda de calor extrema cozinhasse vivos milhares de animais.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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