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14 de junho é o Dia Internacional Contra a Exportação de Animais Vivos, data criada em 2016 pela Compassion in World Farming, que realiza campanhas e ações internacionais de conscientização sobre esta cruel situação.
A data foi instituída depois que 13.000 ovelhas morreram durante uma viagem marítima da Romênia para a Somália. De lá para cá, este tipo de tragédia com animais vem se repetindo sempre, devido ao uso de animais para consumo humano.
Prova disso, temos que no último domingo, uma outra tragédia aconteceu com 15.800 ovelhas que, amontoadas em uma embarcação que só podia transportar 9000 animais, acabaram morrendo afogadas pagando pela negligência e insensatez humana.
Estas ovelhas iriam ser transportadas com destino a Arábia Saudita para o terrível destino do abate.
Segundo informações publicadas pela Animal Equality, em várias partes do mundo, mais de 2 bilhões de animais confinados e amontoados em embarcações sofrem o indizível em viagens marítimas de longa distância.
Não bastasse o trágico destino do abate, eles viajam em ambientes superlotados, enfrentando o calor extremo e tendo que deitar sobre as próprias fezes e urina em navios precários e em condições desumanas.
De acordo com um estudo recente realizado pelas organizações Robin des Bois, Animal Welfare Foundation e Tierschutzbund Zürich, os navios de transporte de gado são os mais perigosos do mundo, porque são muito velhos, em média com 41 anos, servem à empresas duvidosas, causam a morte de animais e a poluição dos mares.
Soma-se a todos estes desastrosos fatores, casos em que ocorrem a privação de água e alimentação para os animais transportados nesta embarcações.
Neste trágico contexto, milhares de animais morrem durante a viagem e são lançados ao mar, para não se decomporem nas embarcações.
Após essa jornada macabra, ao chegarem ao destino, os animais são frequentemente abatidos de forma brutal, enquanto ainda estão conscientes.
Fonte da ilustração-Exportação Vergonha
Tragédias como as que foram relatadas acima, acontecem de forma recorrente no Brasil, porque infelizmente, o nosso é um dos grandes países exportadores de animais vivos.
Algumas destas tragédias que ocorreram no Brasil foram:
Um navio com 5 mil bois naufragou no porto de Vila do Conde em Barcarena – Pará.
Após o incidente, 3 praias de Vila do Conde, o píer (ponte-cais) onde ocorreu o naufrágio e a praia de Beja, em Abaetetuba, foram interditados e qualquer tipo de atividade fora proibida por causa da intensa contaminação ambiental em decorrência de tantos animais mortos na água, além do derramamento de óleo da embarcação.
De acordo com ação do Ministério Público Federal, o dano socioambiental para os moradores dos municípios de Barcarena e Abaetetuba somou R$ 71 milhões em indenizações. Porém, passados 6 anos após o incidente, as famílias ainda não receberam a indenização.
Uma embarcação atracada no Porto de Santos estava transportando 27 mil bois em condições de maus-tratos e sofrimento. Ao saberem disso, ativistas pelos animais fizeram denúncias e manifestações e conseguiram que uma médica-veterinária entrasse no navio e fizesse o laudo da terrível situação imposta aos animais.
As empresas envolvidas receberam multas na casa dos milhões por causa dos maus-tratos aos animais e também pelos impactos ambientais. Entretanto, o poderio comercial e econômico destas empresas é tão enorme, que elas seguem transportando animais para fins comerciais e recorrendo nos mesmo problemas.
Infelizmente, diversas notícias que temos no greenMe são sobre este tipo de arbitrariedade cruel com os animais:
Para acabar com toda esta esta crueldade, ONGs e ativistas pelos animais têm feito campanhas e mobilizações pelo fim do transporte de animais vivos.
Uma destas campanhas está sendo realizada pela Mercy For Animals que, através de uma petição online, solicita ao Congresso Nacional que proíba esse tipo de transporte que causa tanto dano e sofrimento aos animais, além de tantos problemas ambientais.
Esta petição direcionada ao Congresso Nacional visa que sejam aprovados pelo menos um dos 3 projetos de lei que têm como finalidade proibir, em todo o território nacional, a exportação de animais vivos para abate.
Estes Projetos de Lei são:
Nós podemos ajudar a fortalecer essa campanha, clicando AQUI e assinando esta petição.
Outra ação que faz parte da campanha da Mercy for Animals para o fim da exploração animal é a produção do documentário Exportação Vergonha, que será lançado em julho.
Este documentário é narrado pela ativista Luisa Mell e mostra imagens inéditas da investigação sobre a passagem pelo Brasil, em março de 2022, do Mawashi Express, o maior navio de transporte de animais vivos do mundo.
O filme traz informações, imagens, entrevistas e dados de um relatório investigativo produzido pela Mercy for Animals, em parceria com a agência independente de jornalismo, a Repórter Brasil.
Segundo o relatório, atualmente, o Brasil é o segundo maior exportador de bovinos vivos por via marítima, o segundo maior fornecedor do Oriente Médio e o maior fornecedor do Norte da África.
A cada ano, ao redor do mundo, cerca de 11 milhões de bovinos são exportados vivos para abate. Uma parte significativa (18%) desses animais é transportada em navios por longas distâncias a partir de portos localizados na Oceania e na América do Sul.
Antes de chegarem ao porto para a viagem marítima, frequentemente os bois também são submetidos à longas e exaustivas viagens de caminhão, principalmente no Norte do Brasil, porque a maioria das fazendas fornecedoras nessa região localizam-se a centenas de quilômetros das estações de pré-embarque (EPEs), locais em que os animais permanecem por dias ou semanas até serem transportados para o porto.
O vídeo abaixo é o trailer anunciando este novo documentário da Mercy For Animals:
Alerta: cenas de grande impacto emocional!
Este outro vídeo, também produzido pela Mercy For Animals, que só pode ser exibido no Youtube por conter restrição de idade devido às imagens de extrema crueldade, mostra a tenebrosa atividade de exportação de animais vivos para abate.
Esta produção tem como base uma investigação, a segunda lançada pela Mercy For Animals sobre exportação de animais vivos, revela que diversos animais são embarcados nos navios com cutucões e bastões de choque.
As imagens ainda mostram animais que, ao chegarem ao país de destino, são mortos de forma brutal, tendo seus tendões e pés cortados e sendo esfaqueados ainda vivos e conscientes.
Cristina Mendonça, diretora executiva da Mercy For Animals no Brasil, diz em nota o objetivo de toda esta mobilização:
“O objetivo é potencializar o despertar da consciência da população brasileira e internacional para a urgente necessidade do banimento desta atividade econômica, que é uma das piores da indústria devido ao extremo sofrimento dos animais, além de impactos negativos ambientais e sociais.”
A situação de animais transportados em embarcações ficou mais dramática durante a pandemia Covid-19, pois, mais de 2 bilhões de animais, incluindo vacas, ovelhas, cabras, porcos e galinhas, exportados a cada ano, ficaram presos em trânsito por muito mais tempo do que o planejado.
Tal fato, além de causar danos ao bem-estar animal, também favorecem problemas sanitários e o surgimento de doenças.
Alguns países já perceberam os riscos e os danos aos animais, ao meio ambiente e aos seres humanos que atividade insana promove. Por isso, estudam propor a proibição da exportação de animais vivos.
Alguns destes países são:
No ano passado, foi anunciada a intenção do Reino Unido de colocar fim à esta prática.
No mesmo ano, a Nova Zelândia suspendeu as exportações de gado vivo depois que um navio que transportava quase 5867 animais partiu de Napier, neste país, e afundou na costa japonesa.
Como parte da campanha da Mercy for Animals, foi criado o site Exportação Vergonha contendo relatórios, investigações, documentários e uma rede de apoio de vários ativistas pelos animais.
Podemos colaborar com esta mobilização compartilhando os conteúdos deste site para que mais pessoas saibam e apoiem esta campanha a favor dos animais.
Afinal, o conhecimento conscientiza e salva vidas!
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Categorias: Animais
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