Tanuki, o cão-guaxinim: além de lindo, é símbolo de sorte!


Também chamado de Tanuki, o cão-guaxinim é um animal curioso, fofo e diferente, cuja pelagem é muito semelhante à do guaxinim. Tem o tamanho de uma raposa e é parente dos cães e lobos, ou seja, é um canídeo.

Apesar de se parecer com o guaxinim, o cão-guaxinim é uma outra espécie e pertence a uma outra família.

Diferenças entre guaxinim e cão-guaxinim

O guaxinim, também chamado de rato-lavadeiro, cuja espécie é a Procyon lotor, pertence à família dos procionídeos.

Já o cão-guaxinim, Nyctereutes procyonoides, faz parte da família dos canídeos.

Conheças as peculiaridades e algumas curiosidades sobre o cão-guaxinim, e saiba o que distingue esse animal de outros canídeos.

Características do cão-guaxinim

Também chamado de cão-mapache (português europeu) e conhecido como Tanuki (em japonês), é um mamífero, carnívoro e caniforme, mas não é um verdadeiro cão.

O cão-guaxinim tem vários pontos em comuns, mas também alguns distintos às outras espécies da família Canidae, como:

Regiões onde esse animal é nativo

Essa espécie é nativa do Japão, leste da Sibéria, norte da China, Vietnã do Norte e Coréia.

Alimentação

Um ponto em comum às outras espécies de canídeos é que, embora o cão-guaxinim pertença à ordem dos carnívoros, ele, na prática, é onívoro, ou seja, come vegetais como sementes e bagas; e animais como rãs, lagartos, roedores e pássaros.

Comportamento

Uma peculiaridade do cão-guaxinim é que ele tem comportamento reservado, é um animal manso e pacífico, que prefere se esconder do que brigar, e até finge-se de morto para despistar seus predadores.

Leia também:

Acasalamento e reprodução

Após o cio da fêmea e do acasalamento com o macho, ela passa por uma gestação de aproximadamente 60 dias.

Após esse período, os filhotes nascem e o macho ajuda na criação da prole.

O macho fornece comida à sua companheira e também para os filhotes, quando eles desmamam.

O desmame dos filhotes se dá depois de 50 dias após o nascimento.

Maturidade

Com 1 ano de idade, o jovem cão-guaxinim se torna física e sexualmente maduro.

Fase de Torpor

O cão-guaxinim é o único canídeo que entra em torpor, uma espécie de estado de letargia para se proteger do inverno.

Distinções Físicas

Outra distinção desse canídeo é que suas garras são curvas, o que lhe permite de escalar árvores.

Ele não ladra e seu rabo assume a forma de um U invertido quando deseja se impor e expressar dominância.

Os dentes do cão-guaxinim são pequenos para um canídeo.

Imagens da espécie cão-guaxinim

Veja neste vídeo, do canal Animalista, indivíduos da espécie cão-guaxinim e mais informações sobre esse animal:

Curiosidades sobre o cão-guaxinim

Existem algumas curiosidades que envolvem o cão-guaxinim nos países onde é nativo, como o Japão por exemplo.

Neste país, este animal está associado a mitos e lendas que o tornam símbolo de prosperidade e sorte.

Símbolo da Sorte

No Japão, o cão-guaxinim é chamado de Tanuki e é considerado um ser sobrenatural e mágico que faz parte de lendas folclóricas da cultura milenar desse país.

As imagens de Tanuki expressam as características marcantes desse animal, sendo representadas com um semblante alegre e um sorriso leve e afetuoso.

Na cultura japonesa é comum ver a representação desse animal na arte, principalmente na forma de estátuas e pinturas.

Acredita-se que a imagem do Tanuki traz prosperidade e riqueza.

O Tanuki é um mito milenar no Japão sendo considerado uma criatura mítica, travessa e alegre, com poder de mudar e assumir diversas formas.

É tradição japonesa colocar estátuas de Tanuki nas portas e entradas de estabelecimentos comerciais, para atrair boas vibrações e bons clientes.

Crueldade com o cão-guaxinim

Infelizmente, nas regiões onde esta espécie é nativa, como o Japão e China, houve um declínio na população do cão-guaxinim devido à caça, comércio de pele e urbanização.

Devido à interferência humana na vida dessa espécie, esse animal vem sendo alvo de crueldade, matança e perseguição.

Como por exemplo:

Para extração de sua pele

Uma investigação feita por três grupos de proteção dos animais na China nos anos de 2004 e parte de 2005 apontou que aproximadamente 1,5 milhão de cães-guaxinim estariam sendo criados na China para a extração e comércio da pele deste animal.

No Japão, esta espécie representa 11% dos animais caçados naquele país.

Intromissão humana no desenvolvimento da espécie

Entre 1927 e 1957, a indústria de produção de peles introduziu de 4.000 a 9.000 de animais dessa espécie na ex-URSS. leste europeu e parte central asiática, Eslováquia, Alemanha, França, Áustria e Hungria.

Na Rússia, país em que este animal foi introduzido na época da União Soviética, 20% da produção de peles era extraída desta espécie.

Em 1948, trinta e cinco cães-guaxinins foram introduzidos na Letônia. A população aumentou rapidamente, espalhando-se para outras regiões.

Atualmente, esta espécie encontra-se de forma abundante em territórios da Finlândia, Suécia, Estônia, Lituânia e Letônia e existem relatos de sua presença também na França, Itália e Suíça.

Cães-guaxinins também podem ser encontrados na Escandinávia e nos Países Bálticos.

Perseguição ao cão-guaxinim

Em alguns locais como Suécia e Finlândia, a população de cão-guaxinim é considerada invasiva. Isto se deu por conta da interferência do homem ao tirar essa espécie de seu habitat natural e introduzi-lo em outros por ganância e mercantilismo.

Nesse contexto, mais uma vez o animal paga a conta e sofre perseguição e crueldade porque o ser humano, para conter o aumento populacional dessa espécie, a subjuga, persegue e mata.

Comercialização do cão-guaxinim no mercado de animais vivos

Outro problema que o homem resolveu colocar nas costas do cão-guaxinim é a origem do vírus que desencadeou a pandemia Covid-19.

Até agora, não se sabe ao certo a origem da pandemia do coronavírus. Já se cogitou que o vírus SARS-CoV-2 tenha vindo do morcego, do pangolim, ou de que tenha escapado de um laboratório.

Existem também informações de que grande parte das primeiras pessoas infectadas, tinham ligação com a parte oeste do mercado de Wuhan que, na época do surto das infecções, vendia animais selvagens vivos, entre estes, o cão-guaxinim.

Mas tudo são hipóteses que acabam funcionando como justificativas para o desmando do ser humano sobre as outras espécies (especismo).

Existe cão-guaxinim no Brasil?

No Brasil não existem cães-guaxinins, mas existe uma única espécie de guaxinim. A espécie aqui existente é popularmente chamada de mão-pelada (Procyon cancrivorus).

Esse animal se alimenta de frutos e insetos dentro das matas e campos, capturando suas presas colocando as mão dentro da água e da lama.

Apesar de serem de famílias diferentes, o mão-pelada é de fato parecido com o cão-guaxinim.

Cão-guaxinim: manso e afetuoso

Como visto, o cão-guaxinim é um animal diferente e selvagem. Entretanto, existem locais em que as pessoas criam essa espécie como animal de estimação e, diga-se de passagem, que o seu temperamento manso, afetuoso e brincalhão o habilita a ser um amigo e pet companheiro.

Você já conhecia o cão-guaxinim?

Para mais conteúdos sobre animais diferentes e poucos conhecidos, consulte:

Brasil concentra o maior número de animais desconhecidos do mundo

Demônio-da-tasmânia: tudo sobre esse animal curioso que está em risco de extinção

Pepino-do-mar: animal considerado afrodisíaco é ouro para o crime organizado

Cobra-de-duas-cabeças: características e curiosidades

O morcego branco é albino? Qual a diferença entre eles?

Gato-mourisco: raro felino caçador que pode ser encontrado no Brasil

Savannah: conheça o maior gato doméstico do mundo

Serpentes do Cerrado: um guia ilustrado para conhecer e preservar espécies

Vespa-cuco: esse inseto é um espetáculo de cores e brilhos!

Pato-mandarim: símbolo de amor fiel e outras curiosidades




Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...