Brigitte Bardot: da atriz famosa à defensora dos animais


A francesa Brigitte Bardot, ou simplesmente BB, foi uma das estrelas mais lindas e famosas nas décadas de 50 e 60.

Na época ela se tornou sex symbol, ícone do arrojo feminino e da emancipação da mulher. Porém, sua vida tomou outro rumo, devido a vários fatos marcantes de sua vida e de seu amor pelos animais.

Conheça a história de vida dessa mulher, e como de atriz famosa internacional, ela se transformou em defensora global dos animais.

Quem é Brigitte Bardot?

Brigitte Bardot é uma libriana, nascida em 28/09/1934 em Paris, na França, batizada com o nome de Brigitte Anne-Marie Bardot.

Ela é filha de um industrial, Louis Bardot, e de uma dona de casa, Anne-Marie Mucel.

Tem uma irmã mais nova, Marie-Jeanne Bardot nascida em maio de 1938.

Ambas tiveram uma criação rígida e incentivada para a carreira artística.

Na infância, ela e sua irmã praticavam dança clássica, desfilavam na frente da câmera do pai, que era um cinéfilo (estudioso de cinema).

Em comparação com sua irmã, Brigitte Bardot tinha um temperamento mais extrovertido. Sua irmã era uma estudante disciplinada e brilhante.

Brigitte Bardot desde nova tem um problema em um de seus olhos, ambliopia, que compromete a visão. Porém, nem por isso ela deixou de ser uma bela e adorável adolescente que veio a ser notada pela jornalista e grande amiga de sua mãe, Hélène Lazareff, que lhe impulsionou para o mundo de modelo fotográfico.

Aos 15 anos, Brigitte Bardot já aparecia por várias vezes nas primeiras páginas de jornais semanais.

Essa projeção a levou a conhecer o diretor Marc Allégret e o assistente dele, o jovem Roger Vadim, com quem acabou se relacionando e se casou quando ela tinha 18 anos, em 20 de dezembro de 1952.

A jovem Brigitte Bardot continuou sendo foto das principais revistas de moda e, através de seu marido conheceu muitos diretores cinematográficos, fazendo com que tivesse seu primeiro papel em 1952 no filme de Jean Boyer, Le trou normand.

Com a orientação da agente artística Olga Horstig, Brigitte Bardot estrelou em 1955 em vários filmes: Les grandes manobras, Esta menina sagrada e A luz oposta.

Em 1956, ela participou do Festival de Cinema de Cannes, aparecendo com o cabelo tingido de loiro, atraindo todos os olhares.

Tal projeção a levou  a protagonizar o seu famoso filme produzido por Roger Vadim: E Deus criou a mulher.

Este filme fez dela uma estrela internacional, pois foi o primeiro filme francês a ser classificado nas bilheterias americanas.

Daí em diante, ela estrelou diversos filmes que foram sucesso de bilheteria e a consagraram como musa e mito cinematográfico.

Em 1957, 5 anos após seu casamento com Roger Vadim, ela se divorciou dele.

Após seu relacionamento com ele, ela teve outros romances e casamentos.

Em 18 de Junho de 1959, ela se casou com Jacques Charrier que conheceu no set de filmagem de Babette vai para a guerra

Em 11 de janeiro de 1960, nasceu seu único filho, Nicolas.

Em 1962, ela se divorciou de Jacques Charrier.

No verão de 1966, a atriz conheceu o bilionário Günther Sachs, com quem se casou em Las Vegas, em 14 de julho de 1966. Entretanto,  em 1 de Outubro de 1969 se divorciou dele.

Em 1972 ela reencontra Roger Vadim, para quem ela filma Don Juan (1972), mas o filme não teve a repercussão esperada.

Em 1973, depois de uma aparição em The Very Good and Very Joyful Story of Colinot, e Um estojo de lápis, de Nina Companeez , Brigitte Bardot anunciou que estava encerrando sua carreira no cinema.

Em 1977, ela conheceu o jornalista e ativista dos animais Allain Bougrain-Dubourg, com o qual viveu por 7 anos sem se casar.

Em 1982, Brigitte Bardot casou-se com o empresário Bernard d’Ormale, com o qual vive até hoje e mantém um casamento de 40 anos.

Atualmente ela tem duas netas, Théa Joséphine e Anna Camilla, e uma bisneta.

A afinidade de Brigitte Bardot com os animais

A afinidade de Brigitte Bardot com os animais também fez parte da infância dela.

Quando ela era  garotinha e presenciava seu pai batendo com a vassoura nos ratos que apareciam no porão, ela os pegava, cuidava deles e os trazia de volta à vida e, depois, os levava para o jardim para que pudessem escapar de serem mortos.

Em 1962, um amigo de Brigitte Bardot, Jean-Paul Steiger, foi designado para um trabalho relacionado ao ativismo animal, no qual tirou foto de um matadouro.

Ele mostrou as fotos para ela, que ficou horrorizada! A partir daí, nunca mais ela comeu carne e aderiu ao vegetarianismo.

Brigitte Bardot e o término da carreira de atriz

A decisão de finalizar a carreira no cinema aconteceu em 1973, no set de seu último filme The Very Good and Very Joyful Story of Colino, cujo roteiro tina a participação de muito animais.

Nesse set de filmagem,  ela viu uma senhora segurando uma cabra na coleira. Então, durante um intervalo da filmagem Brigitte Bardot se aproximou para fazer carinho na cabra e nesse momento a mulher lhe disse:

 “Apresse-se e termine seu filme porque domingo é a primeira comunhão do meu filho e vamos fazer um méchoui (um assado com o animal inteiro) com esse animal.”

Quando ouviu isso, Brigitte Bardot comprou a cabra e a levou para seu quarto em um hotel de luxo, onde se encontrava hospedada. Lá, ela dividiu o quarto com seu cachorro e essa cabra.

A partir daí decidiu não só parar com o cinema, mas dedicar sua vida à defesa dos animais.

Terminadas as filmagens, ela levou a cabra, que recebeu o nome de Colinette, para sua casa em Saint-Tropez e na qual o animal viveu até morrer.

Após encerrar sua carreira cinematográfica, Brigitte Bardot começou uma vida nova, afastada dos holofotes cinematográficos e da turbulência midiática que eram constantes em sua carreira.

Brigitte Bardot defensora dos animais

Já como defensora dos animais, ela se lançou em 1976 na luta contra os massacres de focas bebês no Canadá e na Noruega, que eram atordoadas com porretes, antes de serem cortadas para extração da pele e da carne.

Em 1977, ela recebeu o apoio de Paul Watson, o ativista canadense antiespecista, e de Franz Weber, o grande ativista ambiental suíço, para travar essa luta em defesa das focas e denunciar o massacre desses animais.

Em 1986, ela criou a Fundação Brigitte Bardot e começou a lutar pela defesa de diversas causas relacionadas aos animais.

Para fundar essa instituição, ela recorreu ao Ministro do Interior da época, Charles Pasqua.

Ele disse que ela precisaria investir milhões e providenciar uma vasta documentação e registros. Então, ela vendeu seus pertences de valor, como joias, roupas caras e bens.

Com trabalho e dedicação, Brigitte Bardot fez de sua Fundação uma organização poderosa, reconhecida por decreto do Conselho do Estado, em 21 de fevereiro de 1992, como entidade de utilidade pública.

Fundação Brigitte Bardot

Conheça neste vídeo, do canal Fondation Brigitte Bardot, algumas das ações e trabalhos dessa instituição que trabalha em prol dos animais:

A Fundação Brigitte Bardot conta com cerca de 75 mil membros e cerca de 150 funcionários, realiza inúmeros resgates, possui 3 abrigos inteiramente dedicados ao bem-estar dos animais resgatados ou apreendidos durante ações judiciais relacionadas a maus-tratos.

Essa instituição atua na proteção e defesa dos animais em mais de 70 países ao redor do mundo, além de intervir com suas campanhas junto aos governos que pouco ou nada fazem pela causa animal.

Os propósitos de Brigitte Bardot em defesa dos animais

Além de ser porta-voz dos animais, Brigitte Bardot é vegetariana porque defende que parar de comer carne é uma forma de preservar o ambiente, a saúde e combater o sofrimento animal.

Ela apoia o veganismo e reconhece que esse movimento tem contribuído para mais pessoas pararem de comer carne pela defesa dos animais.

Ela também é contra a caça, os experimentos e os testes em animais, além da exploração de animais em touradas, circos e zoológicos.

Em defesa dos animais, Brigitte Bardot tem ainda as seguintes prioridades:

Fim da experimentação animal

Pois ela considera que o progresso da ciência nos permite substituir a experimentação animal por meios alternativos.

Banimento das touradas

Que ela vê como um espetáculo infame baseado na tortura, agonia e morte de um animal.

Parar com o consumo da carne de cavalo

Ela quer que as pessoas se conscientizem que o cavalo não é comida (em alguns países europeus, como na Itália por exemplo é um alimento muito comum em papinhas para neném).

Abolição do abate ritual

Brigitte Bardot é contra rituais que matam os animais. Por isso, defende a abolição do abate ritual.

Controle rigoroso do transporte de animais

Porque os animais são transportados em condições abomináveis.

Além dessas prioridades, Brigitte Bardot tem mobilizado esforços por outras causas relacionadas à crueldade com várias espécies animais, como elefantes e raposas, por exemplo.

Fatos marcantes da luta de Brigitte Bardot pelos animais

Veja neste vídeo do canal Christine Sakyks, fatos marcantes da nobre luta de Brigitte Bardot pela defesa dos animais. Observação – Clique no botão de configuração na barra inferior e ative a tradução automática para o português:

A importância dos animais na vida de Brigitte Bardot

Para Brigitte Bardot, os animais salvaram sua vida.

Segundo ela:

“Os animais me trouxeram a verdade, o amor verdadeiro. Em qualquer situação, eles estão presentes”

“Quando eu fazia filmes, minha vida não correspondia ao absoluto que procurava. Até fiz várias tentativas de suicídio na época.”

“Ao dar minha vida aos animais, foram eles que me salvaram.”

“Eles deram sentido à minha existência, um significado tão importante que nunca mais houve qualquer questão de querer acabar com a minha vida.”

Atualmente, ela vive com seu marido, 12 cachorros, 20 gatos, 1 tartaruga, cavalos, burros, póneis, porcos, cabras, muitos gansos, galinhas e patos.

Brigitte Bardot nos tempos atuais

Brigitte Bardot está com 87 anos e, desde que se tornou defensora dos animais, segue continuamente lutando para salvá-los!

Quando lhe perguntam se ela luta mais pelos animais do que pelos humanos? Ela responde:

“Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de lutar por crianças ou idosos.

Não há bons ou maus combates, existe somente o sofrimento dos mais fracos, que não podem se defender.”

Aplausos! Te admiramos!

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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