10 anos depois McDonald’s continua vendendo carne de porcas engaioladas


O McDonald’s não cumpriu com um compromisso seu feito há 10 anos, em fevereiro de 2012, de parar de comprar carne suína de fornecedores que maltratam porcas grávidas.

Na ocasião, a rede de fast food declarou que estava já tomando medidas para acabar com o confinamento de porcas nas baias de gestação em sua cadeia de suprimentos. Nessas baías, porcas reprodutoras – usadas na criação de leitões – ficam presas em espaços minúsculos por praticamente toda a vida.

Agora, a multinacional está sendo ameaçada pelo milionário e ativista Carl Icahn de ser chamada em causa.

Carl Icahn é um dos investidores mais bem-sucedidos de Wall Street. Segundo ele, a questão não é financeira, pois ele possui poucas ações do McDonald’s, a questão é o sofrimento emocional desnecessário, vivenciado por esses animais.

Icahn, em uma entrevista para o Bloomberg, fala da inteligência desses animais e da falta de motivos para manter essa crueldade.

Uma briga justa

Em 2012, o McDonald’s anunciava que exigiria de seus fornecedores de carne suína dos EUA, que estes eliminassem gradualmente o uso das gaiolas de gestação de porcas.

Confinadas em espaços do tamanho de seus corpos, porcas criadoras de leitões passam a vida inteira em gaiolas pequenas em comprimento e largura, onde elas mal podem se movimentar.

Na época, a decisão foi comemorada pela Humane Society dos Estados Unidos que, todavia, não tinha conseguido falar com o CEO do McDonald’s por telefone. Assim, o milionário entrou em cena acreditando que a multinacional entraria em contato com ele para uma conversa de cachorro grande.

Depois da conversa, o McDonald’s se comprometeu a eliminar a crueldade da sua cadeia de suprimentos dentro de 10 anos.

Dez anos se passaram e nada. “É obsceno”, como diz o investidor.

“Essa é uma situação que é simplesmente horrível. É obsceno. Você tem essas empresas ganhando todo esse dinheiro e os animais estão sofrendo sem motivo”.

“Vamos lutar o máximo que pudermos”, diz o investidor.

Se alguém parasse para pensar de onde vem a comida que come, o McDonald’s teria fechado suas portas ontem mesmo.

Infelizmente existe um mercado de comida rápida, barata e viciante, que muita gente adora e não quer saber de boicotar.

Pior, são as criaturas inocentes envolvidas nesse mercado: animais que alimentam e crianças que consomem.

Que essa crueldade desnecessária  tenha logo um fim. Passou da hora.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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