Mobilização contra o abate das vacas grávidas e seus fetos


Organizações de proteção animal recorrem à Justiça para pedir a proibição do abate de vacas em fase final de gestação. A causa animal está em desespero por saber que agora foi liberado abater vacas grávidas com seus fetos nos abatedouros brasileiros.

Nesse contexto, várias entidades se uniram para se opor à esta aberração contra a natureza.

As entidades envolvidas nessa mobilização são:

  • Animal Equalitas
  • Alianima
  • Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal
  • Mercy For Animals
  • Sinergia Animal

As entidades contam com o apoio da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS-AFAGRO e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins-CNTA.

Todos os envolvidos fazem parte de uma Ação Civil Pública que pede a proibição do transporte e abate de fêmeas em estágio avançado de gestação.

A ação foi protocolada e tramitará em uma Vara Especializada em Curitiba – PR.

Como se deu a liberação do abate de vacas grávidas

A origem dessa liberação se deu em março de 2017, com a alteração do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, permitindo o consumo da carne in natura de fêmeas em gestação.

Em setembro de 2020, os fiscais agropecuários do Rio Grande do Sul alertaram sobre o aumento no número de abates de vacas em estágio avançado de gestação.

De acordo com dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, a partir da liberação desse abate, houve um aumento de 1.270% no primeiro semestre de 2020.

Em maio de 2021, a Animal Equality fez uma investigação mostrando o abate de vacas gestantes dentro de frigoríficos e criou a petição pela proibição dessa matança.

As imagens da investigação estão neste vídeo que contém CENAS TERRÍVEIS E CHOCANTES!

Em junho de 2021, os fiscais estaduais agropecuários do Rio Grande Sul e pesquisadores, professores especialistas em bem-estar animal se uniram às organizações de proteção animal envolvidas  e entregaram ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) uma carta aberta pedindo o fim do transporte e abate de fêmeas em fase final de gestação.

Além disso, sugeriram ao MAPA que se adotasse a exigência de um atestado negativo de prenhez para o transporte intermunicipal e interestadual de animais, a fim de evitar que animais gestantes fossem enviados para os frigoríficos.

Em julho de 2021, o MAPA publicou a Portaria 365 que trata do Regulamento Técnico de Manejo Pré-abate e Abate Humanitário e os métodos de insensibilização autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Essa portaria regulamentou o abate de fêmeas em fase final de gestação, ignorando os pedidos e as propostas das organizações de proteção animal e dos apoiadores dessa mobilização.

Mobilização em defesa das vacas grávidas

Em resposta, ONGs de proteção animal e a Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (AFAGRO) escreveram uma Nota de Repúdio à portaria 365.

Em novembro de 2021, as organizações da coalizão pelos Animais se uniram à Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) e à Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (AFAGRO) para apresentar a Ação Civil Pública à Vara Especializada em Meio Ambiente na cidade de Curitiba, no Paraná.

As organizações autoras da ação apontam que as fêmeas em fase de gestação, quando transportadas para os frigoríficos, podem sofrer de exaustão, estresse térmico, desidratação, lesões, distúrbios metabólicos, aborto ou parto prematuro.

Além disso, quando a fêmea é abatida, o feto não é insensibilizado e, por evidências científicas, ele sente dor e sofre.

“Estamos solicitando que o poder legislativo exija que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente cumpra o papel atribuído ao poder executivo pelo artigo 225 da Constituição Federal Brasileira e pela Lei de Crimes Ambientais, que é o de proteger os animais do tratamento cruel.

Vale lembrar que, atualmente 7 estados brasileiros já possuem legislação que proíbe o abate de fêmeas gestantes, são eles SP,RJ,SC,DF,PB, RS,PR”- afirma Vânia Nunes, diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa  Animal.

O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, também se manifestou contra essa Portaria, comentando:

“O abate de fêmeas prenhes tem um impacto grande no psicológico do trabalhador.

A matança já é uma atividade difícil para quem é mais sensível.

Quando o trabalhador abate uma fêmea gestante, ele tem que tirar um ou vários filhotes de dentro da mãe, que podem ainda estar vivos, e o funcionário tem de deixar os filhotes morrerem por asfixia e assistir a essa cena.

Esse tipo de manejo precisa ser proibido, pois é cruel com os animais e é cruel com a pessoa que será obrigada a cometer essa prática de maus-tratos.”

Como podemos ajudar nessa mobilização?

Para apoiar essa mobilização e se manifestar contra a matança das vacas grávidas e seus fetos, siga os seguintes passos:

Assine a petição pedindo o fim do abate das vacas grávidas, clicando AQUI.

Curta, comente e compartilhe todas as postagens relacionadas à esta campanha.

Além dessas ações, é preciso perceber que enquanto houver consumidores de leite e carne, os animais estarão sujeitos à crueldade.

Por tudo isso, é fundamental repensar os hábitos de consumo e alimentares, fazendo escolhas que beneficiem tanto a vida animal quanto a saúde humana.

Façamos valer os direitos dos animais à dignidade e ao respeito, unindo-se à essa mobilização e fazendo escolhas mais conscientes e compassivas.

Veja nos conteúdos abaixo as inúmeras possibilidades de parar de contribuir com o abate de animais:

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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