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Com os avanços urbano, industrial e tecnológico, o jumento foi perdendo espaço e deixado à própria sorte em várias cidades do Nordeste, sendo visto vagar pelas estradas ou pedindo comida nas moradias.
Com a modernidade, houve um aumento de jumentos abandonados por famílias que deixaram de incluí-los em suas vidas.
Felizmente, tem gente que age em prol desses animais para aliviar neles a dor do abandono.
Para se ter uma ideia desse abandono, milhares desses animais vêm sendo resgatados das estradas pelo Detran, para não se acidentarem ou provocarem acidentes.
Infelizmente, nem todos os jumentos tiveram a sorte de ser resgatados das vias federais, e acabaram por morrer atropelados.
Por outro lado, existem pessoas que amam e se compadecem com esses animais, buscando aliviar essa situação precária em que atualmente se encontram os jumentos.
Veja alguns casos e histórias que envolvem pessoas que ajudam os jumentos:
Um desses casos foi com a protetora de animais, Stefani Marinho Rodrigues, presidente da ONG Anjos da Proteção Animal – APA, em Caucaia-Fortaleza, que tirou a calcinha para poder laçar um jumento e tirá-lo de uma rodovia movimentada de Maracanaú-Ceará.
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Não foi a primeira vez que essa protetora resgatou um jumento, pois teve uma outra ocasião em que ela chegou a caminhar mais de 30 quilômetros com uma jumenta grávida, resgatada de exploração e maus-tratos na cidade de Caucaia-Fortaleza.
“Aproveitei o momento que o homem deixou a jumenta deitada na pista, parei meu carro, comprei uma corda em um depósito próximo ao local e fui andando com a jumenta prenha em direção a um haras que fazia parte do abrigo (Ong Anjos da Proteção Animal)).
Nessa época a gente não tinha transporte para levar o animal e foi o único jeito que encontrei”.
Depois de ter feito o resgate, Stefani chegou a ter insolação.
“Valeu a pena!
Hoje em dia ela tem o filhote dela e está aqui.
Já passei por muitos apuros por conta de animais.”
Conheça o trabalho da ONG APA entrando -> AQUI
É oportuno dizer que a ONG APA está lotada e precisa de nossa ajuda financeira:
Jacqueline Gouveia, ativista da causa animal e fundadora do Lar Brilho Animal – um abrigo de animais resgatados em situações de maus-tratos e abandono – nos dá o exemplo de que os jumentos merecem ser mais respeitados e tratados com carinho, como ela faz com Django, um jumento que foi adotado por ela.
Antes de ser resgatado por Jacqueline, esse jumento perdeu sua mãe que era escravizada puxando carroça e acabou morrendo de exaustão.
A partir daí, ele ficou vagando pelas ruas, sendo judiado e quase atropelado, até que foi recolhido pela zoonoses, ficando sob destino incerto.
Quando Jacqueline soube desse jumentinho, através de sua amiga, ela foi buscá-lo e o adotou.
Deu-lhe o nome de Django Livre, inspirada pelo personagem de um filme do Quentin Tarantino, no qual um homem negro luta bravamente por sua liberdade.
Essa protetora vive em Juazeiro do Norte, no Ceará, e resgata animais de forma voluntária e praticamente independente através dos recursos dela. Por isso, é oportuno dizer que ela também precisa de nosso apoio financeiro.
Conheça o trabalho voluntário realizado por ela em seu abrigo, entrando->AQUI
Pode ajudar por meio do Pix: 03636566423
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Todas as tardes, um casal que mora em Horizonte, Fortaleza, vinha recebendo uma visita um tanto diferente, da jumenta conhecida com o nome de Preciosa.
O casal Liliane Rocha e Deivid Rocha contam que no começo se assustaram com as batidas no portão da casa deles. Mas depois que descobriram que se tratava de uma jumenta e que ela queria alimento, passaram a atendê-la dando um lanchinho.
Essa jumenta vinha sobrevivendo à fome e ao abandono, recorrendo aos moradores. Infelizmente, em dezembro do ano passado ela não apareceu mais e fizeram uma campanha para saber Cadê a Preciosa?
Veja neste vídeo a reportagem do Jornal Jangadeiro, feita pelo repórter Denes Barbosa, entrevistando as pessoas mencionadas acima:
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Além do abandono, o abate de jumentos a fim de vender a carne desse animal para a China, vem colocando esta espécie em risco de extinção no Nordeste.
O jumento deveria ser respeitado e exaltado como símbolo do Nordeste, porém ele perdeu espaço para motos nas propriedades rurais e virou carne cobiçada pelos chineses.
Um dos admiradores e defensores do jumento foi o jornalista, escritor, político e padre, Antônio Batista Vieira (1919-2003), que até escreveu uma obra literária dedicada ao jumento e intitulada Jumento, Nosso Irmão.
Nessa obra, ele reuniu textos populares e eruditos, religiosos e profanos em defesa e valorização do jumento.
O jumento é um animal icônico do Nordeste, que em tempos mais antigos foi intensamente usado e explorado em trabalhos de plantação, transporte e construção.
Um trecho da música de Luiz Gonzaga, Apologia ao Jumento (inspirada na obra O Jumento é nosso irmão), representa bem essa questão:
“O jumento sempre foi
O maior desenvolvimentista do sertão!
Ajudou o homem na lida diária
Ajudou o homem
Ajudou o Brasil a se desenvolver”
Em vez de ser tratado com gratidão e reconhecimento, esse animal tem recebido o contrário: o abandono e o abate.
É preciso mudar essa realidade!
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Categorias: Animais
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