Rata heroína, detectora de minas morre no Camboja aos 8 anos de idade


Magawa, uma fêmea de rato-gigante-africano, cujo trabalho era de farejar minas terrestres no Camboja, morreu aos oito anos de idade. A notícia foi anunciada nesta terça-feira, 11.

Mais conhecida como “rata heroína“, ela  ajudou a identificar mais de 100 explosivos durante seus cinco anos de carreira, de acordo com a APOPO, a ONG belga que a adestrou.

Ela nasceu em novembro de 2013, na Universidade de Agricultura de Sokoine, na Tanzânia, onde aprendeu a encontrar explosivos usando seu incrível olfato. Três anos depois, mudou-se para Siem Reap, no Camboja, onde iniciou sua carreira.

Magawa não era uma rata qualquer…

Seu trabalho a levou a ganhar uma medalha de ouro da instituição de caridade veterinária britânica People’s Dispensary for Sick Animals em 2020.

Magawa ajudou a organização a limpar mais de 225 mil metros quadrados de terra no Camboja, onde décadas de conflito deixaram a paisagem repleta de perigosos artefatos não detonados.

Segundo a organização:

“É com o coração pesado que compartilhamos a triste notícia de que a rata heroína Magawa faleceu pacificamente neste fim de semana.

Magawa estava com boa saúde e passou a maior parte da semana passada brincando com seu entusiasmo habitual, mas, no fim de semana, ela começou a desacelerar, cochilando mais e mostrando menos interesse em comida em seus últimos dias.

Magawa havia comemorado recentemente seu aniversário, em novembro, chegando aos oito anos de idade”.

Treinada para salvar vidas

A rata africana, que se aposentou no ano passado, foi a rata de maior sucesso da APOPO até hoje.

A APOPO treina os ratos para detectar o cheiro dos produtos químicos explosivos usados ​​nas minas terrestres e apontá-los para seus especialistas.

Ratos gigantes africanos são inteligentes e fáceis de treinar (Magawa começou a treinar desde muito jovem). A organização acrescenta:

“Magawa deixou um legado duradouro nas vidas que ela salvou. Todos nós estamos sentindo a perda de Magawa e somos gratos pelo trabalho incrível que ela fez.

Sua contribuição permite que as comunidades no Camboja vivam, trabalhem e se divirtam sem medo de perder a vida ou um membro”.

Atuante na Ásia e na África, a ONG belga treinou Magawa a recompensando com suas comidas favoritas: banana e amendoim.

Ela foi ensinada a arranhar o chão para sinalizar aos humanos a presença de TNT contido em explosivos.

Com 70 cm, Magawa explorava o equivalente a uma quadra de tênis em 30 minutos.

Grande perda para o mundo. Vá em paz, rata Magawa!

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Fonte foto: PDSA/APOPO @bbcnews/Instagram




Lara Meneguelli


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