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Assim como no mundo dos humanos, existem várias outras espécies na natureza que podem ser albinas. Encontrar um morcego branco é uma raridade e nem todo morcego branco é albino. Entenda as diferenças.
No mundo existem casos de albinismo reportados para cerca de 60 espécies de morcegos. No Brasil, apenas 9 espécies já foram registradas.
A coloração rara (completamente branca, obs.: nem todos os animais brancos são albinos) é a manifestação de uma mutação genética que interrompe a produção da melanina, que dá cor aos olhos, pele, cabelo e, no caso das plantas, folhas.
Sem esse pigmento, os animais ou plantas assumem estados brancos ou incolores.
Foto: Leal et al. 2021
Morcegos ou quaisquer outras espécies albinas são consideradas raras e vulneráveis na natureza, pois o albinismo é uma condição que não favorece a sobrevivência por várias razões. Ser branco os torna vulneráveis a predadores, a queimaduras solares e ao câncer. Animais albinos têm uma capacidade reduzida de reproduzir, então geralmente morrem antes de passar seus genes.
Mas no Brasil, recentemente, uma mãe-morcego grávida foi vista. O registro é muito interessante pois denota que, não obstante o albinismo, o morcego fêmea da espécie Artibeus planirostris, chegou à idade adulta e conseguiu se reproduzir.
Essa espécie ocorre no Brasil e em outros países da América do Sul. Suas características principais são:
Um outro registro dessa espécie com albinismo já havia sido feito no Brasil, mas não de uma fêmea grávida. Registros de animais albinos são raros na natureza e difíceis de serem observados.
©Michael Autumn/Wikipedia
Não é um ‘morcego albino’ e sim um ‘morcego branco’ mesmo. O Diclidurus albus é uma espécie de morcego-fantasma encontrada no Brasil.
Ele já foi encontrado em vários biomas como na Amazônia e Mata Atlântica, nos estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Pará e Rondônia.
A UICN classifica o D. albus como de pouco risco e pouco preocupante. De acordo com eles, os morcegos-fantasma são considerados raros durante seu período de vida porém, são bastante difundidos.
©Leyo/Wikipedia
O morcego-branco-hondurenho, também chamado de morcego-branco-de-Honduras (Ectophylla alba), é uma espécie de morcego da família Phyllostomatidae. É o único membro do gênero Ectophylla.
Estes morcegos são inteiramente brancos (mas não são albinos) e são encontrados em apenas seis das cerca de 1.300 espécies conhecidas de morcego.
Eles constróem “tendas” com folhas de plantas, cortando estrategicamente as folhas com seus dentes.
A espécie ocorre em Honduras, Nicarágua, Costa Rica e oeste do Panamá. Devido à perda de habitat, é avaliada como uma espécie quase ameaçada pela IUCN.
O morcego-branco-hondurenho tem pelo branco brilhante.
As pontas dos pêlos são cinzentas, com coloração acinzentada mais pronunciada na parte posterior do morcego.
Esta espécie, junto com quatro espécies de Diclidurus e o morcego-fantasma (Macroderma gigas), está entre as únicas espécies atualmente conhecidas de morcego cuja pelagem é totalmente branca.
Mesmo dentro do albinismo, existem vários graus de coloração, variando de acobreado a muito branco.
No mundo vegetal, algumas plantas também são apenas parcialmente albinas, produzindo listras regulares ou aleatórias ou retalhos de cores.
Outras pessoas e animais são brancos apenas nos pontos mais quentes de seus corpos.
Alguns animais também sofrem de diferentes doenças que afetam sua pigmentação de maneira diferente
O albinismo oculocutâneo (OCA), por exemplo, é classificado ao longo de uma escala, explica a Dra. Shari Parker, médica da The Albinism Fellowship of Australia:
“O OCA1b tem uma variante sensível à temperatura e, portanto, quanto mais frias as partes do corpo, maior a pigmentação. Nas pessoas, isso significa que podem ser um pouco mais escuras nas extremidades dos braços e pernas. Os cílios de um de nossos membros são brancos onde crescem e nas pontas são pretos”.
O albinismo oculocutâneo, na verdade, é a mutação que cria a coloração que torna os gatos siameses tão valorizados, que são todos albinos. Os criadores chamam de “coloração pontual“.
Os exemplos dos gatos siameses, em alguns casos, podem ser associados a algumas espécies de morcego albino, entenda:
Ao nascer, os gatinhos siameses saem do útero quente da mãe todo branco. Com a exposição ao ar, suas extremidades escurecem lentamente nas áreas mais frias do corpo. Isso faz com que a cauda, o rosto e as patas escureçam com o tempo.
Quanto mais tempo um gato com albinismo sensível à temperatura fica exposto ao frio, mais escuras suas manchas ficarão.
Existem na natureza morcegos brancos e albinos. Embora a coloração seja clara, há diferenças entre os casos. O albinismo é uma condição genética que interrompe a produção da melanina mas um morcego pode ser branco sem ser albino.
A natureza é incrivelmente maravilhosa!
Veja no primeiro vídeo, o morcego-branco-de-Honduras e no segundo o Diclidurus albus.
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Fonte foto: Australian Geographic
Categorias: Animais
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