Índice
De certa forma, nem todos os organismos saem prejudicados com o cenário das mudanças climáticas. Segundo um estudo da Cal Poly, este é o caso das cascavéis: elas provavelmente podem se beneficiar com o aquecimento do clima.
Uma combinação de fatores, torna o clima quente benéfico para as cascavéis, também chamadas de “rattlersnake“.
O estudo, “Ecologia térmica e requisitos energéticos de linha de base de um ectoterma de grande porte sugerem resiliência às mudanças climáticas“, foi publicado na revista Ecology and Evolution em maio.
As cobras são especialistas em termorregulação. Os pesquisadores descobriram que, quando podem escolher, as cobras preferem uma temperatura corporal de 86 a 89 graus Fahrenheit, uma temperatura muito mais quente do que geralmente experimentam na natureza.
A temperatura corporal média das cascavéis costeiras no estudo era de 70 graus, e para cascavéis do interior era de 74 graus Fahrenheit.
Hayley Crowell, uma estudante de pós-graduação pesquisadora e líder do projeto, conta sobre como foi a pesquisa e o porquê de o clima quente poder auxiliar positivamente as cobras:
“Ficamos surpresos ao ver o quanto as temperaturas corporais das cobras selvagens eram mais baixas em relação às temperaturas corporais preferidas no laboratório.
Existem muitas pressões ecológicas na natureza que podem impedir as cascavéis de se aquecerem, como o risco de maior exposição a predadores. Um clima mais quente pode ajudar essas cobras a aquecerem a temperaturas mais ideais para a digestão ou reprodução“.
De acordo com a pesquisa, períodos mais longos de temperaturas mais altas também dariam às cascavéis uma temporada mais ativa, dando-lhes mais tempo para caçar e se alimentar.
Como as cobras são ectotérmicas ou de sangue frio, elas não podem regular a temperatura do corpo como os animais de sangue quente. Em vez disso, eles dependem de seus arredores para fornecer calor, o que restringe sua atividade em climas frios.
Além das mudanças sazonais, as cascavéis poderiam passar mais horas ativas durante um determinado dia.
Um clima mais quente então, parece não ser um grande problema para as cobras. Com uma possível falta de presas, as cascavéis comem principalmente roedores, mas também podem comer insetos e outros répteis.
A equipe da pesquisa descobriu que as cobras usam energia de forma extremamente eficiente: para sobreviver, uma cascavel macho adulto precisa de apenas 500 a 600 calorias por um ano inteiro, o que equivale a cerca de 1 esquilo terrestre.
Embora no mundo real uma cascavel precise de calorias adicionais para caçar e criar filhotes, entre outras atividades, os cálculos apontam para a capacidade das cobras de subsistir, mesmo que a presa não seja abundante.
Os humanos, em comparação, precisam de cerca de 1.300 vezes mais calorias para sobreviver.
O estudante Crowell, comenta sobre o comportamento surpreendente das cobras na natureza diante do aquecimento mundial:
“Estamos tão acostumados com estudos de mudança climática que prevêem impactos negativos sobre a vida selvagem – foi interessante ver resultados tão totalmente diferentes para essas cobras”.
Um aumento ou diminuição no número de cobras, pode afetar ecossistemas inteiros e, muitas vezes, estes animais são vistos de maneira negativa.
As cobras têm papel fundamental e de extrema importância no mundo animal, mantendo o equilíbrio ambiental.
Vamos preservá-las!
Talvez te interesse ler também:
Cobras-liga: a espécie de cobras amigas que preferem sair juntas e viver em grupo
As destemidas vovós mergulhadoras que vivem entre cobras venenosas
Sucuri: a maior serpente brasileira. Essa e outras curiosidades sobre a Majestade dos Rios
Categorias: Animais
Publicado em 02/12/2021 às 1:03 am [+]
Meu deus, não fazia ideia desse impacto.
Muito importante saber dos impactos sobre a fauna e flora, acredito que seu artigo tenha abordado isso da melhor forma possível porque entendi a linguagem claramente.
Espero que mudanças no setor da indústria sejam feitas para reduzir esse aquecimento, mas não tenho mais tanta esperança.