Cientistas do Japão e da Austrália descobriram que as glândulas salivares dos mamíferos e das cobras possuem a mesma base genética, capaz de produzir veneno.
O estudo foi realizado por cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade de Pós-Graduação (OIST) de Okinawa e da Universidade Nacional da Austrália. Publicado pelo PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America).
Os pesquisadores explicam que o veneno nada mais é do que um coquetel formado por proteínas, utilizado por alguns animais (cobras, escorpiões, água-viva, aranhas e até mamíferos), para imobilizar e matar suas presas, além de autodefesa.
Até então, os pesquisadores se concentraram em estudar o veneno com o sistema de genes já estabelecido. Esse novo estudo é focado em estudar os genes, antes das glândulas produzirem o veneno.
Pegando como exemplo a cobra da espécie habu de Taiwan (Protobothrops mucrosquamatus), os pesquisadores identificaram cerca de 3.000 genes e descobriram que eles são responsáveis por proteger as células que sofreram certo tipo de estresse pela produção de muita proteína. Em outras palavras, os genes foram fundamentais na regulação da modificação e quebra de proteínas.
Normalmente, os aminoácidos fazem a quebra de proteínas de uma maneira específica, mas quando isso não ocorre, as proteínas se acumulam e danificam as células. Nesse caso, o papel dos genes é ainda mais importante para garantir que as proteínas sejam processadas corretamente.
Usando esse mesmo conceito, os cientistas examinaram então os genes de outros animais e, ao examinarem a base de genes dos mamíferos, descobriram que ela é semelhante à cadeia de genes das víboras.
Conclui-se que as glândulas salivares dos mamíferos e as glândulas de venenos das cobras possuem o mesmo núcleo funcional, o qual foi mantido há centenas de milhões de anos.
Na década de 1980, experimentos realizados com camundongos machos identificou que eles produziam compostos altamente tóxicos na saliva, quando submetidos a certas condições ecológicas.
O estudo sugere que os humanos também podem se tornar animais peçonhentos (pelo menos há genética para isso) e mostra que, de uma forma ou de outra, os humanos podem se tornar pessoas tóxicas.
Interessante essa “metáfora”. A natureza tem explicação para tudo! Compartilhe!
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Categorias: Animais
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