Caracóis: curiosidades e diferenças com lesmas e caramujos


Os caracóis são criaturas diferenciadas que para uns provocam curiosidade, e para outros estranheza. Mas o fato é que são seres com um mundo próprio, que vivenciam sua existência rastejante, de forma até que movimentada, mesmo que em velocidade mínima. Os caracóis, assim como os caramujos e as lesmas, pertencem ao filo Mollusca e à classe dos gastrópodes. Conheçam, neste conteúdo, mais detalhes sobre esse molusco.

Origem do nome

O nome caracol tem origem no latim cŏchlea, no grego κοχλίας. O nome se refere ao formato helicoidal da concha.

Talvez a origem do nome cause confusão na denominação das espécies. Há quem chame caramujo de caracol e vice-versa. No Brasil, a espécie Achatina fulica, que foi trazida da África, é chamada erroneamente de caramujo-grande-africano, quando deveria ser caracol, pois é um molusco pulmonado terrestre.

Veremos adiante as diferenças entre lesma, caracol e caramujo.

Características principais e curiosidades

Como classificação, os caracóis são definidos como moluscos terrestres. Possuem concha espiralada que, na verdade é seu esqueleto externo. A concha do caracol é constituída de calcário e pesa pouco mais de um terço do peso total dele. As conchas desses moluscos, comparando com nosso esqueleto é como se ficasse do lado de fora do corpo, por isso denomina-se exoesqueleto.

A parte externa da concha é dura, constituída por carbonato de cálcio, o mesmo material dos nossos ossos. É revestida por dentro pelo manto, um tipo de pele que permite que ele possa se recolher para dentro da concha ficando aconchegado.

Moluscos são considerados animais invertebrados, devido ao corpo mole e longo, embora envolvido pela concha. Há mais de 100 mil espécies distintas.

Os caracóis não têm o sentido da audição e utilizam mais o tato e o olfato que se situam em todo o corpo mas principalmente nos tentáculos.

Os olhos do caracol ficam na pontas superiores dos tentáculos, porém a maioria deles não enxerga.

anatomia caracol

Anatomia do caracol

Os caracóis vivem em ambientes de solo úmido, não encharcado. Durante o dia ficam mais escondidos, se movimentam mais durante a noite.

Eles se deslocam movimentando-se com o músculo do seu único pé. Para lubrificarem a superfície que passam rastejando sem sofrer atrito liberam um muco que eles eliminam da parte debaixo do corpo.

Ao lado da boca do caracol se localiza o aparelho genital e a entrada e saída do ar dos pulmões, o pneumóstoma, que se situa embaixo da concha.

Podemos ver caracóis nos jardins, hortas e pomares, pois eles se alimentam de diversas de plantas. Existem algumas espécies que são carnívoras e alimentam-se de minhocas e lesmas.

Nutrição

Os caracóis, em sua maioria, são basicamente herbívoros pois comem verduras como couve, alface, frutos carnosos como a melancia, banana e maçã. São animais de hábitos noturnos, com apetite voraz, pois comem grande quantidade de alimentos. Essa voracidade está atrelada ao clima e às estações do ano, em clima seco e quente ficam vários dias sem se alimentarem, já nos dias frescos consomem diariamente cerca de 40% de seu peso.

Os gastrópodes para se alimentarem usam a rádula, órgão parecido com a língua, com milhares de protuberâncias que têm a função dos dentes. A ponta da rádula raspa o alimento e os “dentes” na sua superfície o cortam.

Reprodução

A maioria dos gastrópodes terrestres é hermafrodita: ou seja, possui 2 sexos, entretanto, os caracóis necessitam de um parceiro para realizar o acasalamento e a fecundação.

Quando ocorre o acasalamento, acontece de um fecundar ao outro e vice-versa. Para se reproduzirem formam casais e copulam em média 4 vezes por ano. O acasalamento pode durar até 10 horas.

A gestação dura cerca de 16 dias, quando então cada parceiro vai para um lugar úmido, limpa a superfície e a cava com a cabeça de 5 a 10 cm para depositar os ovos. Dependendo da espécie, cada um deposita, em média, de 100 a 300 ovos.

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Diferenças entre caracol, caramujo e lesma

caramujo

Caramujo Heleobia australis

Existem diferenças entre caracol, caramujo e lesma:

  • Caracol vive na terra. São pulmonados terrestres, têm concha mais frágil e delicada.
  • Caramujo vive na água doce ou salgada. A concha do caramujo é mais resistente mais adequada para o meio aquático e ele respira por brânquias, similar ao sistema respiratório do peixe, ou podem ser pulmonados.
  • A lesma é um molusco gastrópode como o caracol e o caramujo, mas não possui concha externa proeminente.

O corpo das lesmas terrestres tem três partes principais:

  • cabeça
  • massa visceral, que é recoberta por uma espécie de pele, o manto
  • da cabeça saem quatro tentáculos, todos retráteis: dois ficam na base dos olhos e dois são utilizados como tato e olfato.

A lesma não tem sistema de proteção contra o calor e o frio e ainda é presa mais fácil para predadores.

Vivem na terra, em hortas, jardins e matas, embora existam também espécies aquáticas como a lesma-do-mar, classificada como nudibrânquio, uma subordem de moluscos gastrópodes marinhos.

Semelhanças entre caracol e caramujo

Ambos são parecidos, embora se tratem de animais diferentes. Esses moluscos possuem corpo mole, coberto por concha que funciona como proteção.

O corpo de ambos os moluscos é formado por três partes:

  • CABEÇA: que possui quatro tentáculos, dois menores que funcionam como olhos e dois maiores que servem para tato e olfato
  • MASSA VISCERAL: envolvida pela concha e onde se localizam a maioria dos órgãos internos, como coração e pulmões
  • : onde se situa a boca e órgãos sensoriais que estão ligados aos tentáculos.

Moluscos, antigos moradores da Terra

foto

Os moluscos, entre eles os caracóis, são antigos moradores da Terra. Há registros de fósseis de gastrópodes com cerca de 500 milhões de anos atrás.

Assim como todos os outros seres vivos, são importantes para a biodiversidade da Terra e contribuem para a preservação de outras espécies na natureza.

Cada criatura tem a sua importância para a manutenção da nossa existência. Respeite toda e qualquer forma de vida!

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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