O tubarão da Gronelândia pode viver por séculos. Circula na internet a notícia da descoberta de um tubarão de 512 anos. Mas não é exatamente assim. É verdade que esta espécie pode viver muito tempo, até mais de 500 anos, mas na realidade (pelo menos até agora), os tubarões mais velhos, que se saiba, têm 335 e 392 anos.
O tubarão da Gronelândia, Somniosus microcephalus, vive por muitos séculos, de acordo com um estudo publicado em agosto de 2016 na revista Science. Muitas das notícias circuladas se referiram à esta pesquisa.
Mas a análise dos cientistas em 28 fêmeas não identificou espécimes vividos além de 5 séculos. O que foi descoberto no entanto, é muito interessante. A análise do tecido ocular sugeriu que os tubarões poderiam, potencialmente, viver 512 anos. No entanto, os dois maiores tubarões examinados tinham idades de 335 e 392 anos. A espécie atinge a maturidade em torno aos 150 anos de idade.
Essas criaturas esplêndidas são originárias do Ártico e do Atlântico Norte. Elas podem atingir um comprimento de 7 metros e pesar até 1.200 quilos, de acordo com o Greenland Shark and Elasmobranch Education and Research Group (GEERG). Trata-se do maior membro da família Somniosidae e o segundo maior tubarão carnívoro após o tubarão branco.
“Ele atinge dimensões enormes e, apesar de sua aparência letárgica, é um predador capaz de disparos muito rápidos e, sob certas condições, pode caçar focas e até mamíferos maiores, incluindo a baleia beluga”, explicam os cientistas.
É difícil observar esses animais, pois o ambiente em que vivem é particularmente hostil aos seres humanos. As primeiras fotos subaquáticas de um espécime vivo foram feitas no Ártico em 1995 e as primeiras imagens de vídeo de um tubarão deste em seu ambiente natural foram feitas pela equipe atual da GEERG em 2003 no estuário de San Lorenzo, entre o Canadá e Estados Unidos.
Durante o estudo, os cientistas usaram datação por radiocarbono para medir os isótopos do carbono absorvido do tecido ocular dos tubarões da Gronelândia. Graças ao tecido, foi calculado que, potencialmente, ele poderia sobreviver até 512 anos, mas a expectativa média de vida mais provável era de 390 anos.
“É importante ter em mente que há alguma incerteza nesta estimativa”, disse Julius Nielsen, autor do estudo. “Mas mesmo a parte mais baixa da faixa etária – pelo menos 272 anos – ainda faz dos tubarões da Groenlândia os vertebrados mais longos conhecidos pela ciência”.
Mas, por quanto possam ter uma vida longínqua, os tubarões na Groenlândia nem se aproximam da longevidade das Hidras, pólipos de água doce. Esses invertebrados regeneram continuamente suas células e acredita-se que possam viver para sempre, se em justas condições.
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