Encontrada a jiboia mais rara do mundo! É nossa e está na Mata Atlântica!


Pesquisadores da USP e do Instituto Butantan encontraram e capturaram com a ajuda de moradores de Guapiruvu, uma comunidade rural do Vale do Ribeira, uma raridade da natureza. A serpente da espécie Corallus cropanii,que vinha sendo procurada há mais de 60 anos!

É uma cobra raríssima, considerada a espécie de jiboia mais rara do mundo, que nunca tinha sido observada na natureza pois apresenta distribuição geográfica restrita ao estado de São Paulo, nas cidades de Miracatu, Pedro de Toledo e Santos, na Mata Atlântica.

Herton Escobar no Estadão Ciência conta que a espécie tinha sido descrita em 1953 pelo herpetólogo Alphonse Richard Hoge, do Instituto Butantan, com base em um único exemplar que tinha sido levado vivo até ele por um morador do município de Miracatu.

Depois disso, apenas outros 5 exemplares, só que mortos, foram apresentados ao Instituo.

Sendo raríssima, pesquisadores procuravam pela Corallus cropanii Mata Atlântica adentro pois nada se sabe sobre o seu comportamento, seus hábitos alimentares etc. Apenas morfologicamente sabe-se que ela pertence à família Boidae (jiboias), um grupo de serpentes não peçonhentas encontradas nas Américas, na África, na Europa, na Ásia e em algumas Ilhas do Oceano Pacífico.

Talvez você não goste de cobras, mas os répteis são muito importantes na natureza. São animais de sangue frio cuja importância vai além da cadeia alimentar pois qualquer mudança em seus habitats colocam a classe em risco, dada a sua sensibilidade. Por isso é importante nunca matar estes animais. Mesmo as espécies venenosas, não são malvadas por natureza, pois elas apenas se defendem quando ameaçadas.

No caso das jiboias, elas não são venenosas, alimentam-se de pequenos mamíferos (principalmente ratos), aves e lagartos, matando-os por constrição.

Como encontraram a espécie?

Depois de um trabalho de conscientização e educação ambiental, cartazes e panfletos foram distribuídos pelos pesquisadores dando informações sobre a espécie e pedindo à comunidade de Guapiruvu, para que entrassem em contato com o biólogo Bruno Rocha, caso a Corallus cropanii aparecesse por ali. O apelido da fofura? “Jiboia do Ribeira“.

Veja o cartaz:

cartaz jiboia vale ribeira

Agora veja que lindeza: 1,70 metro por 1,5 kg. Cor amarelo-laranja com losangos pretos pelo corpo

bruno com jiboiaO que aconteceu depois?

A cobra foi capturada seguindo as regras ensinadas pelos pesquisadores. Foi uma emoção encontrá-la. Mas não pense que ela ficará em cativeiro. Ao contrário, será devolvida à natureza o mais rapidamente possível pois, para poder estudar bem o seu comportamento etc, é preciso que o animal esteja na natureza. A estratégia dos cientistas é implantar um pequeno radiotransmissor no animal para rastrear e estudar sua vida in loco.

“Queremos devolvê-la à natureza o mais rápido possível, para que ela volte à sua biologia normal”, explica Bruno Rocha (foto acima). “Vamos ver se ela vai subir numa árvore, ou se entocar embaixo de uma pedra. Simplesmente não sabemos”, completa a colega Daniela Gennari, também do Museu de Zoologia.

Parabéns a todos os envolvidos nesta busca preciosa!

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Fonte fotos: Lívia Corrêa




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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