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Alternativas para testes em animais são geralmente mais baratas, rápidas e eficazes. A crueldade com os animais é totalmente desnecessária em pleno século XXI.
Substituir os testes em animais por métodos alternativos representa um avanço para a humanidade e para a ciência. Mas o maior avanço é poupar a dor e a vida dos animais.
As crescentes pesquisas e o progresso tecnológico têm contribuído para a descoberta e o desenvolvimento de métodos alternativos aos testes em animais para:
Como exemplos de métodos alternativos que vêm sendo empregados apresentamos:
Este tipo de método pode ser usado no lugar dos testes de irritação da pele de Draize, feitos em coelhos e que provaram ser mais eficazes na previsão de reações humanas.
Este modelo experimental é uma espécie de dispositivo inovador, revestido com células pulmonares humanas, que tem a finalidade de ser usado no lugar de animais, para estudar os processos de doenças pulmonares e rastrear drogas potenciais para o tratamento delas.
Esse outro modelo consiste em um dispositivo do tamanho de um smartphone, através do qual células de quatro órgãos diferentes foram conectadas em um chip para imitar o corpo humano.
Além dos dispositivos que imitam o pulmão, outros imitam coração, rins e intestinos. Dessa forma, é possível usar esses chips para criar um ‘Humano-em-um-Chip-Completo’.
Inclusive, o Humano-em-Chip está sendo desenvolvido no Brasil, no LNBio, em Campinas, com a produção de epiderme 3D humana reconstruída.
Os cientistas têm conseguido cultivar quase todo tipo de célula humana e animal em laboratório, até mesmo fazer com que células cresçam em estruturas 3D, tornando-se órgãos humanos em miniatura, servindo para testar novas terapias.
Veja um exemplo desse tipo de método alternativo, neste vídeo do canal Vista-se:
As culturas de células têm sido usadas em testes de segurança química, produção de vacinas e desenvolvimento de medicamentos. Também para ajudar a avançar nos tratamentos de doenças como o câncer, doença renal e AIDS.
Este outro método se vale de tecidos saudáveis e até doentes, doados por voluntários humanos.
Estes modelos são úteis para estudos biológicos e de doenças humanas.
A doação dos tecidos pode ser feita por meio de cirurgias como cirurgia estética, biópsias e transplantes. Graças a isso foram criados modelos de pele e olhos, feitos de pele humana reconstituída e outros tecidos que podem ser usados como testes para produtos cosméticos.
Os tecidos humanos também podem ser doados após a morte de uma pessoa. Como exemplo de uso de tecidos para estudos científicos, temos a utilização do tecido cerebral, que pode fornecer informações importantes para a compreender a fisiologia desse órgão e realizar estudos que ajudem no avanço do tratamento da esclerose múltipla e da doença de Parkinson.
Com o desenvolvimento da tecnologia de ponta e o aprimoramento das funcionalidades dos computadores, a ciência vem conseguindo criar modelos ou réplicas computadorizados de partes e órgãos do corpo humano como pele, aparelho digestivo, do coração, pulmões e sistema músculo-esquelético.
Esses modelos podem ser usados como experimentos virtuais, com base em dados matemáticos e informações registradas, já existentes.
A testagem in-silico ocorre através da simulação computacional, com base em modelos matemáticos ou computacionais de softwares que têm a capacidade de predizer o risco oferecido por novas substâncias, tendo como base a semelhança de propriedades físico-químicas com outras substâncias já existentes, e outras informações extraídas de bancos de dados.
Os testes-in-vitro são métodos que utilizam o cultivo de células, tecidos e órgãos em laboratório de células, fora do organismo, para obter informação sobre a segurança de determinado produto.
Como exemplo, nas pesquisas in-vitro pode-se aplicar o produto no sangue humano, dentro de um tubo de ensaio para verificar se ocorre liberação de mediadores inflamatórios.
Esses métodos são validados e aceitos por diversos órgãos regulatórios, como a ANVISA, por exemplo.
Essa outra forma de avaliar e testar produtos e fazer experimentos recorre de estudos feitos em humanos, de forma voluntária.
Esses estudos contam com máquinas de escaneamento e técnicas de registro que contribuem para coleta e registro de dados e informações.
Aparelhos que reproduzem imagens cerebrais, de dentro do cérebro podem ser um meio para monitorar a progressão e o tratamento de doenças cerebrais, por exemplo.
Através deste tipo de recurso, os pesquisadores podem avaliar as causas e comparar os efeitos entre voluntários saudáveis e doentes.
Outro tipo de controle e avaliação é a microdosagem usada em voluntários, a fim de saber a eficácia de um novo medicamento, começando por microdoses.
Essas microdoses são injetadas em voluntários humanos, e medidas em geral em amostras de sangue, usando um dispositivo chamado espectrômetro de massa acelerador.
Estudos em humanos são úteis para aprimorar pesquisas em nutrição, tratamento para dor ou dependência de drogas.
Existem várias situações testadas e confirmadas pelos cientistas, que demonstram que os métodos alternativos são mais eficazes do que os testes em animais:
Os testes em animais feitos para avaliação da segurança em cosméticos já são proibidos na Europa, Israel e Índia.
Já a China, uma grande potência comercial, infelizmente ainda exige testes em animais para a comercialização de produtos cosméticos.
No Brasil, algumas famosas indústrias cosméticas brasileiras, como Natura, Grupo Boticário e Avon, já aboliram os testes em animais.
Em 2012, o governo brasileiro investiu em recursos para estimular o desenvolvimento, a validação e a disseminação dos métodos alternativos, criando a Rede Nacional de Métodos Alternativos (RENAMA).
Em 2014 e 2016, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), através de duas resoluções, reconheceu 24 métodos alternativos, para serem implementados em até 5 anos após a data de publicação, ou seja, a partir de setembro de 2019.
Nesse contexto, o uso de animais no Brasil fica proibido quando houver um método alternativo reconhecido para testes como nos testes de: potencial de fototoxicidade, toxicidade aguda, genotoxicidade, toxicidade reprodutiva, potencial de irritação/corrosão da pele, potencial de irritação/corrosão ocular, absorção cutânea, potencial de sensibilização cutânea e contaminação pirogênica de produtos injetáveis.
Em 2015, a pesquisadora brasileira, Bianca Marigliani, recebeu o prêmio Lush Prize, por sua contribuição para o avanço dos métodos alternativos.
Outros pesquisadores brasileiros também têm contribuído para o avanço nessa área, graças a seus projetos envolvendo o desenvolvimento e a disseminação de métodos alternativos ao uso de animais.
Oxalá os métodos alternativos sejam adotados por todas as empresas, mas para isso precisamos fazer também nossa parte, preferindo e comprando, sempre que possível, produtos cruelty-free, ou seja, que não foram testados em animais.
Não podemos mais admitir que animais inteligentes e sensíveis como ratos, coelhos, macacos, continuem sendo testados mediante métodos cruéis, somente para o bem do homem como se a espécie humana fosse melhor que as outras.
O consumidor consciente não está mais aceitando isso e as indústrias terão que se adaptar à nova realidade!
Abaixo o especismo!
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Categorias: Animais, Informar-se
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