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O primeiro Santuário de Elefantes Brasil (SEB) será inaugurado em setembro próximo, na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, em uma área de 1.100 hectares. Elefantes são considerados “jardineiros das florestas”, então esses paquidermes ajudarão, e muito, a recuperação ambiental da área de cerrado que antes era ocupada por criação de gado de corte.
O Santuário está sendo criado por iniciativa de duas ONGs internacionais – a Global Sanctuary for Elephants (GSE) , do Tenessee, EUA, e a ElephantVoices –dirigidas por renomados especialistas como Scott Blaiss – que tem mais de 20 anos de experiência no manejo de elefantes africanos e asiáticos em zoos, circos e em santuários e é o fundador da GSE.
Os especialistas estrangeiros encontraram na Chapada dos Guimarães as melhores condições ambientais para a vida, pós-cativeiro, dos elefantes resgatados de circos e outros “trabalhos”. Este projeto se deve muito à paixão da brasileira Junia Machado, que representa a ElephantVoices no Brasil. A escolha da área, por sua extensão e, principalmente, por sua localização no bioma Cerrado, a savana brasileira, foi resultado de uma extensa pesquisa de campo em mais de 100 propriedades.
O Santuário de Elefantes, no entanto, não será objeto de visitação pública já que os animais que para lá vão ainda não se recuperaram dos traumas sofridos, histórias muito terriveis de maus tratos que você poderá ler no blog do SEB.
No total, serão instalados no Santuário 50 elefantes vindos do Chile, Argentina e Brasil. A remoção desses animais é bastante custosa pelo que foi organizada uma crowfunding, a Vakinha, para angariar os fundos necessários para a remoção das duas primeiras fêmeas, Maia e Guida que vivem, atualmente, em um sítio em Minas Gerais. O site Santuário de Elefantes do Brasil também receberá doações diretas, doe aqui.
Como explica Junia, da ElephantVoices Brasil, desde “2010 a ONG monitorava os cerca de 30 elefantes mantidos em cativeiro no país e trabalhava com legisladores para aprovação de uma lei nacional para proibir o uso de animais em circos. Hoje, onze estados brasileiros já têm leis nesse sentido e será necessário um local para receber os animais quando a lei nacional for implementada. Além disso, a América do Sul caminha na mesma direção, tendo cinco países com leis nacionais implantadas. Soma-se a isso, o fato de que o país tem regiões com excelente clima, como é o caso da região escolhida, e muita diversidade de vegetação”.
A UNESP de Rio Claro está desenvolvendo estudos de campo para caracterização de fauna e flora nos 1.100 hectares do Santuário onde se conhece, até o momento, apenas 40% da área – ambiente de cerrado de savana e floresta, com vales, colinas e nascentes de água. Os levantamentos da UNESP serão usados para mapear a região e, futuramente, poder avaliar a dimensão do uso de elefantes em recuperação de áreas semelhantes.
Um outro objetivo do Santuário de Elefantes é proteger toda a biodiversidade da área que ocupam e, para isso, os elefantes, com seu ritmo alimentar de folhas, frutas e raízes, ajudarão em muito com a fertilização do terreno e a devolução a este, das sementes ingeridas e não digeridas. Essa é uma função típica destes grandes paquidermes que usam somente um 30% dos nutrientes que ingerem, evacuando abundantemente e sempre caminhando em suas rotas de busca de alimentos.
A bióloga e doutora em zoologia Yara Melo Barros, escreveu para OECO que os elefantes no Cerrado são um equívoco. Segundo a especialista que também é diretora técnica do Parque das Aves e editora do Papo de Zoo, os elefantes poderiam viver muito bem em zoos de boa qualidade e cita um estudo desenvolvido na Califórnia sobre a qualidade de vida dos elefantes em zoos.
A bióloga acredita que santuários podem ser igualmente cativeiros e coloca em dúvida a capacidade deste santuário sobreviver apenas de doações para a sua manutenção. Clique aqui para ler sua crítica na íntegra.
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Fonte: conexaoplaneta
Categorias: Animais, Informar-se
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