Brasileira é uma das vencedoras do Lush Prize 2015 contra os testes em animais


Pesquisadora brasileira recebeu maior premiação internacional para iniciativas alternativas aos testes em animais, o prêmio Lush, que é direcionado à criação de inovações nos testes de toxicidade de produtos cosméticos.

Estima-se que 115 milhões de animais são usados para testes, no mundo. E alguns testes são muito dolorosos. A pesquisadora premiada, Bianca Marigliani, é especialista em biologia molecular da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo e trabalha para conseguir adaptar células a um meio sintético de cultivo. O meio mais comum usado para cultivo de células é o soro bovino fetal, o qual é usado na maioria dos testes in vitro. Este soro é retirado de fetos vivos, sem anestesia, por punção cardíaca, prática considerada muito cruel.

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foto: lushprize.org

Segundo Marigliani, por ano são usados até 2 milhões de fetos bovinos para a obtenção do soro e “além de ser antiético, o soro usado para cultivo de células apresenta problemas técnicos – por exemplo, risco de contaminação. Já temos meios sintéticos disponíveis que, embora sejam mais caros, podem substituir os métodos tradicionais. Já temos mão de obra qualificada, só precisa treinamento”. Então, parte do problema será convencer os pesquisadores, acostumados a usarem o soro animal, a experimentarem o meio sintético.

E não é só uma questão ética mas também, científica. Nem sempre o teste em animais dá certo. O mais famoso teste em animal que não deu certo foi o da talidomida, medicamento produzido para diminuir os enjoos nos primeiros meses de gravidez e que provocava, em humanos, danos irreversíveis resultantes de malformações. Calcula-se que foram afetadas por esse medicamento antropogênico entre 10 a 20 mil crianças. A talidomida, da empresa alemã Chemie Grunenthal, foi comercializada a partir de 1956 e considerada inócua até que se constatou ser ela a causador do aumento do número de bebês que nasciam “amputados”, com braços e pernas não desenvolvidos.

Mas, mesmo assim a questão é muito controversa – os cientistas afirmam que o uso de animais em testes para medicamentos se mostra necessário para que a indústria farmacêutica possa desenvolver medicamentos úteis. Bom, paremos por aqui pois que essa, a indústria farmacêutica também é muito controversa, e antiética, em sua atuação já que está relacionada, pela história do século XX, inclusive à ocorrência de epidemias causadas pelo homem, com o objetivo de se aumentar vendas de medicamentos e vacinas. Esta é a história da vacina da polio e outras doenças para as quais não temos imunidade mais, mas este caso fica para outro dia.

Sobre o Prêmio Lush

O Lush Prize é a mais importante iniciativa com o objetivo de antecipar o dia em que os testes de segurança ocorram sem a utilização de animais.

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Fonte foto capa: thebirdsnewnest.com




Redação greenMe

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