O estado deplorável de vários rios e lagoas no Rio de Janeiro têm chamado atenção do mundo inteiro por conta dos Jogos Olímpicos do próximo ano, porém, existem outras questões tão, ou muito mais importantes do que a disputa esportiva de 2016, a vida marinha residente nas águas poluídas. Na semana passada, cerca de uma tonelada de peixes mortos foram recolhidos da Lagoa de Jacarepaguá, na zona Oeste da cidade.
As mortes aconteceram por causa de fortes ventos ocorridos na semana passada e que mexeram no fundo da lagoa, causando a morte de uma tonelada de peixes. Segundo informações da equipe de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fornecidas pela Secretaria de Estado de Ambiente, detalham a baixa oxigenação na água coletada pela equipe no local:
“A provável razão dessa redução de oxigênio na água é o revolvimento da matéria orgânica, depositada no fundo das lagoas, que ocorre no caso da entrada de uma frente fria com fortes rajadas de vento, como houve na semana passada”, segundo nota da secretaria.
De acordo com o biólogo Mário Moscatelli os peixes mortos eram quase todos da espécie tilápia, que também afirmou que as mortes ocorreram por conta do esgoto que chegou aos rios que desembocam na lagoa, no caso od rios Arroio Pavuna e Pavuninha, principalmente.
“Hoje quando você passa pela Lagoa de Jacarepaguá, você não consegue respirar devido ao mau cheiro. A vida marinha naquele local foi embora. Tudo que estava dentro d’água e precisava de oxigênio foi embora.”, afirmou Moscatelli.
A Secretaria de Estado de Ambiente deve a cidade maior efetividade no projeto de recuperação ambiental do complexo lagunar da cidade do Rio, que prevê a dragagem de sedimentos poluídos do fundo das lagoas, indo da embocadura do Canal da Joatinga, na orla da Barra, seguindo pelas lagoas de Marapendi, na Tijuca, Camorim e Jacarepaguá, indo além do Canal de Marapendi, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Um canteiro de obras foi erguido para a limpeza dos itens pesados nas águas (pneus, móveis e outros), fundamental para o desassoreamento do complexo lagunar.
Outra informação importante, foi a que veio da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) que informou que até o ano de 2007 não havia nenhum tipo de tratamento de esgoto. Felizmente, desde então o local recebeu 1,9 bilhão de reais de investimento da Cedae.
Como última justificativa para o acontecimento que ganha muito menos repercussão do que a poluição nos Jogos Olímpicos, uma nota da prefeitura do Rio de Janeiro:
“A prefeitura entende que, enquanto o tratamento de esgoto não avançar, a construção das estações de tratamento não é uma alternativa eficaz”.
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Fonte foto: fotospublicas.com
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