Até recentemente, o câncer em animais selvagens não era considerado como uma preocupação relacionada à conservação ambiental. Mas o câncer, conhecido como a doença do século, afeta os animais nos lugares mais recônditos do planeta.
Estudos já determinaram casos de câncer em animais selvagens como resultado da poluição química gerada pelas atividades humanas (agrotóxicos, plásticos, derivados de petróleo) que são difundidos pelo globo terrestre através das águas de rios e oceanos. Este é o caso dos Demônios da Tasmânia (foto), cuja população apresenta diversos tipos de carcinomas em um número crescente de indivíduos e também, de leões marinhos, que vivem na costa da Califórnia onde, quase 20% dos animais morrem por falhas renais derivadas de tumores em seus aparelhos genitais.
Nos exames de sangue realizados nos animais estudados com carcinomas constatam-se grandes quantidades de Bifenilos Policlorados (PCB), derivados do petróleo usados como óleo lubrificante, e DDT, um pesticida muito usado na agricultura e que hoje é proibido em uma série de países. Porém, o dano ambiental permanece já que esses elementos químicos são persistentes no ambiente natural e cumulativos nos corpos que os ingerem.
Esses produtos químicos se aderem ao microplástico amplamente utilizado na produção de vários produtos, como as contidas em muitas fórmulas de produtos de beleza, como os usados para remover a pele morta, os esfoliantes e também nas pastas de dente.
Acontece que os animais marinhos não distinguem o que é comestível do que não é, e ingerem junto com sua alimentação rotineira, quantidades grandes de microplásticos contaminados. Só por si, as microesferas de plástico já causam danos ao organismo animal, tomando o lugar de alimento digerível nos estômagos como também, estando no organismo animal, liberam os químicos que os envolvem, contaminando cumulativamente e gerando os tumores detectados em várias espécies.
Portanto, quando você faz um pelling semanal, possivelmente descarta pelo ralo uma quantidade considerável dessas micropartículas que, navegarão até o rio, e de lá ao mar, e pelo caminho, se carregarão de químicos aderentes à sua superfície. Seja consciente e, para fazer sua esfoliação semanal, use uma das receitas mais antigas e que dão tão bom resultado (por exemplo, a esfoliação com fubá e mel, ou com açúcar, ou com sal, que podem ser misturados a um creme hidratante de seu agrado, como veículo).
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Fonte foto: Demônio da Tasmânia: biologiatotal.com.br
Categorias: Animais, Informar-se
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