Além de proibir o foie gras, a Câmara Municipal de São Paulo também aprovou um projeto de lei (PL 55/2015), de autoria do ex-vereador e atual deputado estadual Roberto Tripoli (PV), que propõe a proibição do uso de cães adestrados em vigilância, pelas empresas de segurança privada e vigilância, atuantes na cidade. Desta proibição ficariam excluídos somente os cães usados pela Secretaria de Segurança Pública.
Até aí tudo bem, visto que a motivação do projeto, segundo o seu autor, é de que a forma com a qual os animais são utilizados pelas empresas, é desrespeitosa, os cães seriam mal tratados, inclusive sendo expostos às chuvas.
Porém, informações do Sindicado das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (Sesvesp), dão conta de que existem cerca de 600 cães adestrados, nas empresas atuantes na Grande São Paulo. Como ressaltou o presidente do Sesvesp, João Palhuca, para o Uol Notícias, existe o dobro desses animais em empresas ilegais e não fiscalizadas.
O Sesvesp foi contrário ao projeto de lei em questão, por várias razões, dentre as quais a ineficiência da aplicação de tal medida já que, na prática só as empresas legalizadas, filiadas ao Sesvesp, cumpririam o determinado, e são justamente essas as que têm os cuidados necessários com os cães – condições de vida em canis salubres, assistência veterinária, alimentação de qualidade – sendo que o problema real reside na não fiscalização efetiva da situação das inúmeras empresas ilegais atuantes. Também segundo o Sesvesp, a atividade de segurança e vigilância está regulamentada por portaria da Polícia Federal.
Os cães adestrados para fins de segurança e vigilância não poderão ser doados visto que seu adestramento os torna potencialmente agressivos e não controláveis por leigos. Também não há como o Centro de Zoonose Municipal assumir o cuidado e alimentação desses cães que serão impedidos de trabalharem, razão pela qual existe a possibilidade que estes animais sejam sacrificados.
O projeto foi encaminhado para sanção do prefeito Fernando Haddad que comentou na ultima quarta-feira (13): “Os vereadores têm a sua autonomia, cada um tem o seu mandato e costumam aprovar uma série de projetos, alguns polêmicos, outros não. Mas, depois, o Executivo tem o dever de submeter à análise técnica para sancionar ou vetar”.
A possibilidade de sacrifício dos cães motivou a abertura de uma petição on line, que pode ser assinada aqui.
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Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Animais, Informar-se
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